Assistindo a uma reportagem sobre as experiências de
professores que ministram suas aulas de uma forma diferente, atrativa para os
alunos, lembrei-me de quando estudava no Centro Educacional São Raimundo
Nonato, em Várzea Alegre, no início da década de 1980.
Naquela escola do sertão cearense, recebi ensinamentos de dedicados
professores. Uma das mestres, Maria Laís Iolanda Costa (Dona Lolanda), sempre chamou a atenção
da turma pela sua forma original, inteligente e inovadora de despertar o
interesse crítico dos alunos pelas matérias que lecionava. Com criatividade, incentiva
a leitura, provocava a pesquisa e estimulava os dispersos estudantes a assistir aos telejornais.
Até na hora de fazer a chamada, Dona Lolanda fugia dos métodos tradicionais. Em
vez da professora ler a lista dos nomes ou números e esperar os alunos
confirmarem suas presenças, os estudantes gritavam seus próprios números em
ordem crescente. Assim, a mestre anotava na caderneta de classe ao ouvir os números "um", "dois", "três", "quatro"…
Nessa hora,
o ativo e traquino estudante Francisco Eduardo Bitu de Freitas costumava
aprontar com o tímido Francisco Edivan Lopes de Sousa. Antes que Edivan falasse
o seu número "treze", Eduardo gritava "catorze", sem dar chances para o colega de classe confirmar
sua presença. Assim, a professora Lolanda, por não ouvir o número "treze", registrava
falta do assíduo Edivan.
(imagem Google)