Em fevereiro de 1991 cheguei a Macapá. Além de perceber
imediatamente a simpatia e hospitalidade do povo amapaense também fui
recebido por fortes chuvas. Gostei. Não poderia ser diferente, pois
cearense do sertão adora tempo chuvoso e calor humano.
Não demorei a descobrir que além de dar nome a uma majestosa
fortaleza, construção símbolo do Amapá, São José era padroeiro de
Macapá. Bela coincidência, pois o homem descrito nas escrituras sagradas
como justo, obediente e trabalhador, também fora escolhido padroeiro do
Ceará.
Chegou março e no dia 19, como nos outros dias do mês, caiu muita
água dos céus de Macapá. Fiquei esperançoso, pois esse dia serve de
referência para os cearenses na previsão da estação invernosa. Chover no
dia de São José é sinal de um ano de bom inverno e de muita fartura.
Poucos dias depois liguei para o Ceará para falar com minha querida avó Maria Amélia. Ansioso, fui logo dizendo:
- Vovó, este ano o inverno vai ser bom, caiu a maior chuva no dia de São José.
Porém, para minha surpresa, vovó falou:
- Meu fí,
só se foi aí, pois aqui não caiu um pingo d’água. Faça uma prece para
São José distribuir melhor essas chuvas com seus afilhados
(imagem Google)