Desde que D Pedro II deu a ordem para construção do açude do Cedro em Quixadá, o Estado do Ceará recebe a passos lentos alguns investimentos na busca de armazenamento de água e luta contra a temível seca.
Mesmo demorando quase cem anos para sua concretização, o açude Olho D’Água, inaugurado em 1998, significou enorme avanço para o progresso de Várzea Alegre. Antes da barragem sobre o riacho do Machado, o sofrível abastecimento de água era complementado por carroças pipas que circulavam diariamente pelas ruas vendendo o precioso produto.
Como a água encanada só chegava às torneiras por poucas horas da noite, meu querido pai, Luiz Cavalcante, providenciou a construção de uma grande cisterna em nossa casa. Porém, o motor que adquiriu sempre apresentava defeito, não conseguindo bombear o líquido da cisterna até a caixa d’água. Vários técnicos foram levados para ver o equipamento, mas o problema continuava. Até que um dia o positivo e irreverente Carlin de Dalva, chamado para consertar o defeito, foi logo condenando a máquina:
- Seu Luiz, essa bomba não tem jeito não, é fraca demais pra levar a água até a caixa.
Meu pai, temendo o novo gasto, apontando para o alto coqueiro do quintal, respondeu:
- Carlin, esse pé nunca teve bomba e chega água nos cocos lá nas alturas.
(imagem Google)
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