A chuva que molha o sertão não faz brotar apenas as sementes
cuidadosamente plantadas nas roças dos agricultores. Ela também germina a
esperança depositada no coração do sertanejo. Por vários meses, o nordestino
aguarda e roga aos céus pela chegada da estação chuvosa, mas nem sempre ela vem
com a intensidade desejada.
Felizmente, nesses últimos dias, contrariando as pessimistas previsões
dos órgãos oficiais, no centro-sul cearense vem caindo fortes chuvas, enchendo
os leitos secos dos rios e riachos, recuperando o volume de água dos açudes,
matando a sede e a fome dos animais, e, principalmente, reforçando a confiança
de uma boa colheita e fartura, bem diferente dos anos anteriores.
Contam que em meados do século passado, em um período chuvoso, da
calçada da sua casa grande, no Sanharol, comunidade próxima à sede do município
cearense de Várzea Alegre, João Alves de Meneses, conhecido por João do Sapo, observava uma forte
enchente que descia pelo leito do Riacho do Feijão. Naquele ano, o pequeno córrego
transbordara, inundando completamente os baixios, molhando e fertilizando as
terras do agricultor e pecuarista.
Com a calçada da casa repleta de familiares e agregados, referindo-se à
força do afluente sobre o riacho principal, João
do Sapo fez um simples, emocionado e alegre comentário que também serviria
para retratar o que acontece esta semana:
- Hoje o Riacho do Feijão tá dando uma mãozinha ao Riacho do Machado...
(imagem Google)
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