Com cerca de quatorze anos de idade, no à época isolado sertão cearense, meus hábitos alimentares eram bem ortodoxos. Em casa, como comum, o fogão funcionava de acordo com a rotina do mercado de carnes da cidade. Em cada dia da semana minha mãe servia um prato diferente. Lembro que toda sexta, dia da matança dos animais, tinha fígado de boi no jantar. No almoço do sábado, apreciávamos a “carne batida”, conhecida em outros lugares como picadinho. A deliciosa galinha caipira só enfeitava o cardápio do almoço dos domingos.
Hoje lembrei que graças ao meu padrinho José Iran Costa conheci a
culinária de outros lugares. Eu estava no Crato para passar apenas o dia
curtindo o parque de exposições, e Iran Junior e seu pai convenceram
meus genitores para que eu ali permanecesse no tradicional evento do interior
nordestino.
Assim eu fiquei por mais uns dias no progressista Crato junto com
doutor Iran e sua família. Foram dias inesquecíveis, repletos de
divertimentos e novidades. Em um fim de tarde, fomos a um restaurante e
nos foi servido algo diferente. Uma massa com coberturas coloridas
trazida em uma forma arredondada. Eu estava sendo apresentado à pizza.
Quando madrinha Lolanda me ofereceu o tradicional prato italiano, eu,
garoto tímido, mesmo sem nunca ter provado da estranha comida, por não
saber sequer como me servir, disse:
- Obrigado madinha, eu num gosto de pizza.
Assim, eu jantei com o meu padrinho Iran um tradicional baião de dois,
enquanto com o canto do olho observava seus filhos Guilherme e Iran
Junior, usando estranhos molhos vermelhos e amarelos, degustar a
aparentemente saborosa massa italiana.
Mas um baião de dois tem seu valor também! Adoro essa culinária
ResponderExcluirFalar que não gostava da comida por não saber se servir, também já aconteceu comigo rsrsrrs
ResponderExcluir