No último domingo, com meu
pai Luiz Cavalcante, meus irmãos André e Luiz Fernando, meus primos Antônio
Costa e Dirceu e o vaqueiro Cícero, saímos de Várzea Alegre, centrosul cearense, para assistir a uma
manifestação popular, cultural e religiosa do sertão pernambucano.
Ainda pela madrugada,
seguimos no rumo de Serrita, onde há 47 anos, criada pelo padre João Câncio e
apoiada pelo cantor Luiz Gonzaga e pelo poeta popular Pedro Bandeira, ocorre a
tradicional Missa do Vaqueiro.
O evento religioso se
originou do assassinato do vaqueiro Raimundo Jacó, traiçoeiramente morto em
1954 nas terras secas no Sítio Lages, no município pernambucano de Serrita, do
outro lado da Chapada do Araripe.
A missa campal, em homenagem
a Raimundo Jacó e aos vaqueiros, heróis do sertão, tocou profundamente o nosso
pequeno grupo e as milhares de pessoas que se aglomeram na gigantesca estrutura
do parque, especialmente construído para o evento.
Ao som de grupos regionais, a
celebração contou com a participação do Coral Aboios, cantores Flávio Leandro e
Josildo Sá, repentista Pedro Bandeira e pelos aboiadores Chico Justinho e
Fernando.
A expressão forte, séria e
sofrida dos milhares de vaqueiros, suas típicas vestimentas em couro e seus possantes
cavalos predominaram na festa religiosa.
As falas e o sermão, com
temas críticos e atuais, vieram ao encontro das manifestações dos vaqueiros,
pois muitos cavaleiros traziam em suas montarias a frase “um país sem corrupção
depende da honestidade do seu povo”.
Para reconhecer a iniciativa
dos pioneiros, o heroismo de Raimundo Jacó, a bravura dos vaqueiros, a fé do povo, a grandeza dos valores do
sertão, deixo um aplauso tipicamente sertanejo, uma chocalhada, tão bem cantada
por Luiz Gonzaga na música A Morte do Vaqueiro:
- Tengo, Lengo, Tengo, Lengo,
Tengo...
(imagem Google)
Parabéns pela oportunidade e privilégio de participar desse evento com sua família
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