O sapo-cururu, no início do período
das chuvas do sertão nordestino, deixa os ambientes úmidos e invade os terreiros
das casas, em busca de insetos, seu
alimento preferido. O esquisito animal,
de pele rugosa, possui poucos predadores na natureza, por isso se reproduzem em
grande escala.
Próximo aos pântanos e lagoas,
ouve-se repetidamente o coachar dos sapos. Os pesquisadores descobriram que a insistente
vocalização, comuns aos machos, serve para marcar território e atrair as fêmeas
para o acasalamento.
No sítio Lagoas, município de Várzea
Alegre, como o próprio nome sugere, repleto de pequenos lagos naturais, o canto
dos conhecidos anfíbios interrompem o silêncio das noites sertanejas. Gilson Primo, conhecido produtor
rural da região, bem humorado observador, não discorda dos estudiosos. O
varzealegrense sustenta que o cantar dos sapos escondem um repetido e sensível diálogo. Na
beira da lagoa, um dos sapos mais velhos, líder do grupo, em voz alta,
emendando uma palavra na outra, pergunta:
- Quando
eu morrer quem é que vai ficar com mia
muiéééééééééééé ??
Sem pestanejar, os outros sapos do
grupo, em um cantado soluço, aos pulos, respondem:
-
É’ieu, é’ieu, é’ieu, é’ieu, é’ieu, é’ieu...
Colaboração: Rafael Primo
(imagem Google)
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