Atualmente, os livros, os “influencers” e os “sites” nos bombardeiam com ensinamentos sobre como se tornar um vendedor de sucesso, recomendando várias lições entre as quais a busca pelo pleno conhecimento do produto oferecido e a boa comunicação com o cliente.
Em meados da década de 1970, Antônio Nogueira, oriundo do Ceará, após passagem por Santarém-PA, iniciou uma atividade comercial no centro de Macapá. Na pequena baiúca, conhecida como Casa Chama, o simpático comerciante vendia diversos produtos.
Certo dia, um cliente da região do Matapi, área rural de Macapá, tomando algumas doses de cachaça no balcão da mercearia, contava sobre sua falta de sorte com as mulheres. Para afogar as mágoas, o conversador cliente pediu ao bodegueiro um pouco mais de aguardente:
- Antônio, bote mais uma dose de Pitu pra mim …
Quando o baiuqueiro retirou uma nova garrafa de cachaça da empoeirada prateleira, o atento cliente observou:
- Mano, olha isso aí pregado na parede. Tem uma lagartixa morta aí. Tá negociando com lagartixa também, Antônio ?
O baiuqueiro não frequentou os bancos escolares pois trabalhou desde a infância para ajudar na sobrevivência da sua grande família. Na vida dura e sofrida do sertão nordestino, desde cedo aprendeu a não perder uma oportunidade de negócio:
- Meu amigo, aqui tudo é pra vender. Eu que escondi essa briba* aí. Pense numa coisa boa pra atrair muié. Se você levar pra sua casa nunca mais vai sentir falta de muié…
O cliente imediatamente se interessou pelo pequeno réptil. Pôs preço no animal morto e o levou para sua casa junto com outras compras. Semanas depois, o cliente voltou à bodega, ocasião em que o comerciante indagou:
- E aí ? A “briba” deu sorte ? Muita muié lá pelas banda do Matapi ?
Após engolir uma dose dupla de cachaça, o cliente, encostou-se ao balcão, e, meio cabisbaixo, respondeu:
- Nem te digo, Antônio Nogueira. Mulher mesmo não apareceu nenhuma, mas cobrador choveu na minha porta…
(Imagem Google )
*termo usado no Ceará para denominar a pequena lagartixa.
Colaboração: Eliza Freitas da Silva
Parabéns meu amigo, por cultivar em sua memória essas relíquias regionais.
ResponderExcluirKkkkkk vou até ver se não tem uma largaticha morta aqui por casa.
ResponderExcluirBoa. Kkkkkkkkkk
ResponderExcluirAdorei!
ResponderExcluirMuitas histórias no balcão dessa baiúca do seu Antônio!
ResponderExcluirGrande Antônio Nogueira, ícone de Macapá, cujas histórias continuam inspirando e motivando as gerações atuais e futuras. 👏🏼 😀
ResponderExcluir😂😂😂 Acho muito TOP essas histórias das antigas, ocorridas em Macapá
ResponderExcluir😂
ResponderExcluirMelhor osga
ResponderExcluirGostei , mas lembro de outras , até de um amigo que enganou seu Antônio meu pai, vendendo cimento barato, o papai pagou adiantado porém nunca recebeu o material, só que ele depois o prejuízo rápido e Deus lhe abençoe grandemente
ResponderExcluirSeu Antônio, ganhou muito dinheiro quando o Amapá era Território Federal, tempo do cruzeiro da inflação alta. Mas um homem muito honesto, o lema dele era pagar todos seus fornecedores em dia, assim as empresas enviavam os produtos pra pagar depois, aquela época ele pagava com 30 e 60 dias.
ResponderExcluirSeu Antônio, dizia que o cliente sempre tinha razão, dava sempre um jeitinho cearense pra agradar os clientes.
ResponderExcluirSeu Antônio veio pro Amapá, em 1975, vindo de Santarém -Pa, trouxe toda família, veio através de seu compadre Antônio Lourenço, que viraram sócios no bar e sorveteria, tempos depois seu Antônio comprou a parte do Lourenço, e daí em diante o negócio foi só crescendo
ResponderExcluirOutra orientação do seu Antônio, que tinha pouca instrução e era bom de números,
ResponderExcluirEle falava sempre aos funcionários não tragam problema ao serviço, deixe o problema amarrado no pé da mesa de vocês, tratem os clientes bem.
Era difícil seu Antônio perder uma venda, as vezes faltava 10, 20 centavos ou mais, pro cliente pagar, seu Antônio dava como desconto, ele sabia que o freguês ia voltar pra comprar mais...
ResponderExcluirSeu Antônio também passou por momentos difíceis pra criar 10 filhos, e fazer o negócio crescer, teve momento que ele teve que pegar seu veículo uma F-100, e ir gelar peixe , no Igarapé do Lago, pra vender na feira da 1 de maio, sendo que o comércio a mulher tocava com os filhos
ResponderExcluirSeu Antônio teve sucesso, porque ele investia em mercadoria que tinha saída, venda rápida
ResponderExcluirNão era só lucro não, ele teve perdas também, lembro de um amigo, conhecido como Mordido, um belo dia Mordido chegou em um carro com mulheres e falou pro seu Antônio que estava vindo do garimpo com muito ouro, só que iria vender no outro dia, que era pro seu Antônio adiantar um dinheiro pra ele, o que foi feito, não lembro o valor sei que era uma boa quantia, sendo que Mordido nunca mais voltou.
ResponderExcluirFalo com propriedade do meu Pai, porque convivi com ele atrás do balcão, um cearenses bem humorado e sangue bom pra fazer negócio,
ResponderExcluirEle se reinventa quando os negócios não estavam bem, trabalhava na área rural em Santarém, lá teve um pequeno comércio, em Macapá foi comerciante, sorveteiro, restaurante, peixeiro, A Casa Chama há época começou a vender também no atacado aí as coisas melhoraram, tinha poucos concorrentes, lembro que era os Pierre Alcolumbre, Fortaleza , o Santa Lúcia tinha uma vendinha no mercado Municipal agora eles são gigantes em Macapá
ResponderExcluirEle era visionário, depois ele criou outros negócios como: venda de temperos em cartelas, uma fábrica de vassouras de reciclagem de garrafas pet, fábrica de detergentes, sabão não acabou mais porque a idade chegou, com 80 anos não deu pra prosseguir nessa história de sucesso.
ResponderExcluir🤭✨️🦎
ResponderExcluirEssa foi boa
ResponderExcluirMeu pai sempre foi um ótimo pai é um grande comerciante sem nem mesmo saber assinar o nome dele pra mim um super homem👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Naquela época não existia máquina de cartão de crédito, seu Antônio tinha um caderno de vender fiado, ele dizia "não gosto de vender fiado porque a gente perde o dinheiro e perde o amigo"mas ele tinha uns clientes bons pagadores, fiéis.
ResponderExcluirMeu pai não gostava de perder venda, esse era uns dos ensinamentos dele, quando um freguês procurava alguma mercadoria que não tinha na Casa Chama, ele procurava comprar aque produto, pra da próxima vez não perder a venda.
ResponderExcluirTinha venda que ele sabia que não tinha lucro, mas sabia que o cliente ia voltar, pra comprar outro produto, aí sim fazia a diferença, ele tinha uma visão fantástica pro negócio.
ResponderExcluirMeu pai era carismático . Uma vez um garimpeiro chamado apelido de mordido o enganou . Comprou fiado e não pagou aí voltou denovo do garimpo aí pediu dinheiro denovo pro papai dizendo que agora tinha dinheiro mas . Não tinha nada. Aí foi gastar com as raparigas e só de taxi aí sumio sem pagar ..
ResponderExcluirDepois de um tempo voltou . Morrendo de malária. O papaia ainda ajudou a cuidar dele .
Nesse tempo tinha um garimpeiro que pegou dinheiro e não pagou ele . Aí voltou denovo disse que agora tinha ouro aí pediu dinheiro denovo era golpe .
ResponderExcluirDepois esse mesmo voltou com malária eo papai ainda ajudou a cuidar dele .o mesmo não tinha família no Amapá
👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluir