Durante os dez últimos dias
do mês de agosto, em Várzea Alegre, vive-se o animado período da festa do padroeiro São Raimundo Nonato. Enquanto os adultos participam dos eventos religiosos e circulam pelas barracas do arraial, as crianças acompanham a movimentação do
parque de diversões que se instala na cidade cearense. O sonho da meninada dura até o dia 31, quando começa a rápida, triste
e angustiante desmontagem da pesada estrutura.
No final da década de 1970, os
meninos Júlio Bastos Leandro, Geraldo Leandro Filho e Fernando de Zé de
Zacarias moravam na antiga Getúlio Vargas, uma das ruas onde o tradicional Parque
Maia* era montado. Sem dinheiro, passavam os dias e as noites de festa circulando pelo
“carrossel”, buscando uma forma alternativa de “rodar” nos brinquedos.
Uma vez, cedo da manhã, os garotos
cataram do chão os bilhetes usados e rasgados na noite anterior e colaram
com grude de goma. Mas os atentos
funcionários do parque descobriram facilmente a grosseira montagem.
No mesmo ano, em uma noite movimentada,
encostados à grade, os meninos da Getúlio Vargas conseguiram abrir um pouco as
barras de ferro e acessar o brinquedo conhecido como Cavalinho pela alargada brecha do gradil. O primeiro a entrar
clandestinamente, Geraldo Filho, montava alegremente em um dos animais de
madeira, quando Fernando alertou:
- Geraldo, bora voltá, seu irmão Julin ficou com cocão inganchado na grade...
* Parque de diversões que, junto com o Parque
Lima, por várias décadas, montou seus brinquedos em Várzea Alegre.
Colaboração: Júlio Bastos Leandro
(imagem Google)
Ô putaria!!!
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