Nas
últimas décadas o comércio de Várzea
Alegre expandiu a passos largos. As lojas, os mercantis, os bares, as
lanchonetes, os açougues, as padarias e outros estabelecimentos não mais se limitam ao
centro da progressista cidade. Avançam em direção às ruas adjacentes
e buscam os bairros periféricos, onde antes havia apenas residências.
Mas na
primeira metade do século passado existiam poucos comerciantes estabelecidos na
pequena cidade cearense, com resumidas opções de compras e quase
nenhuma concorrência.
Por volta
da década de 1940, em uma típica tarde do sertão nordestino, com muito sol, uma
velha freguesa chegou à bodega de Chico
de Cicia* e não viu ninguém no interior da mercearia.
Naquela hora, fugindo do calor e do pouco movimento no comércio, Chico jogava
uma partida de gamão do outro lado da antiga Rua Major Joaquim Alves, protegido pela refrescante sombra
dos prédios virados para o nascente.
Ao avistar
o bodegueiro, a freguesa gritou:
- Chico,
tem pimenta do reino?
O sossegado
comerciante, concentrado no jogo, sequer tirou o olho do tabuleiro para responder em voz alta:
- Tem, mas
num tem quem venda...
* no local hoje funciona a tradicional Casa Raimundo, tocada há mais de sessenta anos pela família Cavalcante.
Colaboração: Luiz Cavalcante
(imagem Google)
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