Temos em nossa família, especialmente no tronco dos Batistas, alguns membros que apresentam certo desligamento, uma indisfarçável leseira. Mas essa característica não significa falta de solidariedade, inteligência, retidão e outras inúmeras qualidades. Era o caso de muitos dos nossos parentes, notadamente do saudoso comerciante e agricultor José Batista de Freitas, conhecido como Jocel.
Certo dia, na década de setenta, Jocel contratou Pedro Lourival para dirigir seu caminhão e buscar umas cargas de rapaduras no engenho do Mocotó, sítio localizado a cerca de dez quilômetros de Várzea Alegre.
Já chegando ao destino, um cachorro vira-lata, desacostumado com o trânsito daquela pouco movimentada estrada vicinal, cruzou repentinamente na frente do caminhão. O experiente motorista Pedro Lourival freou bruscamente o velho veículo e ainda tentou desviar do animal. Contudo o violento choque foi inevitável e o cachorro não conseguiu completar os seus latidos tradicionais de dor:
- Cain, cain, cain...
Ainda nervoso com o susto, com gotas de suor aparecendo na testa, o motorista olha para o lado e escuta Jocel dizer calmamente:
- Eita, mas tem....
- E é Jocel, tem muito cachorro doido por aqui?
- Nann, é manga. Os pés tão tudo carregado. Vai ser uma safra das grande.
Colaboração: Hudson Batista Rolim, neto de Jocel
(imagem Google)
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