Em
uma manhã de sábado, na década de sessenta, dentro de um bar do Mercado Velho
de Várzea Alegre, um jovem rapaz se encontrou com o pai de uma moça com quem
pretendia namorar. Os dois se encostaram ao balcão do estabelecimento e por
algumas horas beberam bastante e conversaram sobre diversos assuntos.
Em
determinado momento da prosa, o rapaz, já com a língua solta pela cachaça, propôs ao pretenso sogro:
- O sinhô deixa eu namorar com sua fia?
-
Deixo nada, rapaz. Pra namorar com fia
minha tem que lavar o cu em sete água.
Eu lá quero fia minha namorano cum cachaceiro.
O
jovem tomou mais uma dose do aguardente, se encheu de coragem e retrucou:
- Seno assim o sinhô também é cachaceiro. Hoje
tumou mais fubuia* que eu...
Com as pernas bambas e gesticulando com o copo de cachaça na mão, o velho falou:
- É devera, sou cachaceiro mermo. Mas num sou eu que quero namorá minha fia...
* Referência a coisas ou
pessoas de baixa qualidade. No centro-sul cearense também tomou o significado
de cachaça de qualidade discutível.
(imagem Google)
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