Em
um começo de noite da década de setenta, um conhecido comerciante foi chamado ao
posto telefônico de Várzea Alegre, localizado ao lado da Prefeitura Municipal,
na antiga Rua Major Joaquim Alves. Naquela época, quando recebiam ligações interurbanas,
os moradores eram procurados em suas residências para irem atender o telefonema
na cabine pública.
Há
alguns dias a querida esposa daquele comerciante estava em Fortaleza, em
convalescença após se submeter a uma sensível e delicada cirurgia de hemorróida
e ligara para dar notícias. Ao chegar ao posto, de dentro da cabine telefônica,
estourando os pulmões ao falar, o indiscreto marido, perguntou:
- Mia fia,
me diga aí como tá o anel de sola? Já tá dando pra ir na cintrina?
Antes
que a mulher respondesse, o esposo, falando ainda mais alto, sem se preocupar com outras pessoas ouvindo
a íntima conversa, com sutileza de fazer inveja ao Coronel Jesuíno*, continuou:
- Me
diga, muié, já dá pra levantar a
perna pra recebê uma foiçada**?
* rude personagem de Gabriela, novela baseada na obra de
Jorge Amado.
** palavra que significa golpe
de foice, mas que ganhou conotação sexual na fala do varzealegrense.
(imagem google)
Nenhum comentário:
Postar um comentário