Era um final de tarde comum. Zé, trabalhador rural, acabava de chegar em casa. Andava meio revoltado com os amigos, com os vizinhos, com a própria vida, mas não conseguia identificar a razão de tamanho descontentamento. Em um repente, dirigiu-se à janela, observou o céu nublado, e vociferou:
- Tomara que caia uma chuva maior que a do dilúvio e afogue todos os cornos de Várzea Alegre.
Sua mulher, sentada próximo, de cabeça baixa, com voz pausada, alertou:
- Zé, deixa disso, tu não sabe nadar...
Com ar de desentendido, o trabalhador dirigiu o olhar novamente para o céu e nada mais falou. Nem mesmo manifestou o interesse em receber aulas de natação.
Colaboração: Maria do Socorro Costa Bezerra
(imagem Google)
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