quinta-feira, 19 de março de 2009

16 - MOTORISTA DA VIDA



Dirigir um automóvel sempre foi algo que provocou muito receio, desde a época dos antigos chauffers, quando, além dos conhecimentos de mecânica, necessitavam de força para girar a manivela e virar o motor do veículo.



No início da década de setenta, minha tia Rosamélia manifestou ao marido o desejo de aprender a dirigir. Muito prendada e habilidosa, todos acreditavam que depois de poucas aulas teóricas e práticas ela logo estaria pelas ruas da pequena cidade dirigindo um Jeep ou uma Rural da Willys, carros comuns à época.



Assim, em uma estrada pouco movimentada, minha tia foi receber as primeiras instruções práticas e se acostumar com o volante. Após a primeira saída, com o veículo em movimento, o instrutor, ao lado, disse para a aprendiz de motorista:



- Tá vendo aquela moita na beira da estrada? Faça de conta que é uma pessoa pedindo carona. Pare ao lado para apanhar o passageiro.



A aluna buscou fazer o que o instrutor pediu. Porém, em vez de parar ao lado, passou por cima do arbusto, só freando bruscamente metros depois de atropelar a pequena planta.



Com o fatídico episódio, perdemos uma motorista, pois titia desistiu completamente de conduzir veículos, passando apenas a bem guiar nossas vidas.

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