terça-feira, 30 de setembro de 2014

882 - COMUNISMO NO SERTÃO





Adélia, filha do farmacêutico e proprietário de terras Coronel Pimpim, foi uma mulher marcante na época em que viveu em Várzea Alegre. Dona de casa dedicada, caridosa e protetora da família, Dedé, como chamada, enfrentou as dificuldades da vida com coragem e decisão.

No início da década de 1960, em pleno sertão nordestino, poucas coisas despertavam mais temor entre o povo do que o mal falado e desconhecido comunismo. Essa ideologia, baseada na propriedade comum e no controle estatal dos meios de produção, sofria com uma forte e eficiente propaganda.


Certa manhã, Dedé caminhava pela antiga Major Joaquim Alves, tradicional rua de Várzea Alegre, quando foi abordada por uma amiga assustada com a chegada do tal comunismo, especialmente com o racionamento dos produtos:   


- Dedé, tão dizendo que esses cumunista tomam tudo da gente. Depois tudo é distribuído ao povo em ração pelo governo. Tudo de poquin.


Citando a costureira da família, a baixinha Dedé continuou caminhando e, pronta e decididamente, emendou:


- Sendo assim vou logo é encomendar dez vestidos com Laura Cassundé. Com dez vestidos dá pra eu chegar no fim da vida...

Colaboração: Terezinha Costa Cavalcante

(imagem Google)