Adélia,
filha do farmacêutico e proprietário de terras Coronel Pimpim, foi uma mulher
marcante na época em que viveu em Várzea Alegre. Dona de casa dedicada,
caridosa e protetora da família, Dedé,
como chamada, enfrentou as dificuldades da vida com coragem e decisão.
No início
da década de 1960, em pleno sertão nordestino, poucas coisas despertavam mais
temor entre o povo do que o mal falado e desconhecido comunismo. Essa ideologia, baseada na propriedade
comum e no controle estatal dos meios de produção, sofria com uma forte e eficiente propaganda.
Certa
manhã, Dedé caminhava pela antiga Major
Joaquim Alves, tradicional rua de Várzea Alegre, quando foi abordada por uma
amiga assustada com a chegada do tal comunismo, especialmente com o
racionamento dos produtos:
- Dedé, tão dizendo que esses cumunista tomam tudo da gente. Depois
tudo é distribuído ao povo em ração pelo governo. Tudo de poquin.
Citando
a costureira da família, a baixinha Dedé continuou caminhando e, pronta e decididamente, emendou:
- Sendo
assim vou logo é encomendar dez vestidos com Laura Cassundé. Com dez vestidos dá
pra eu chegar no fim da vida...
Colaboração: Terezinha Costa
Cavalcante
(imagem Google)