segunda-feira, 14 de julho de 2014

876 - SALTOS NO FUTEBOL (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)


           A grande maioria dos comentaristas esportivos aponta a seleção brasileira de futebol da copa do mundo de 1982 na Espanha como uma das melhores de todos os tempos. Daquele escrete canarinho participaram craques como Zico, Falcão, Sócrates, Oscar e Junior, jogadores que escreveram sua história no futebol.

           Depois de mais de vinte anos de espera por um título, o país inteiro sonhou com a conquista do tetracampeonato através do selecionado comandado pelo brilhante técnico Telê Santana.

         A seleção iniciou a competição de maneira arrasadora, vencendo sucessivos jogos e eliminando adversários de peso como a temível Argentina. A cada partida a nação se cobria ainda mais de verde e amarelo.

       Contudo, no dia 5 de julho, em Barcelona, sucumbimos diante da surpreendente seleção italiana. Em dia inspirado do atacante Paolo Rossi, os italianos venceram os brasileiros por três gols a dois.

    Milhões de torcedores brasileiros choraram com a inesperada derrota da seleção. A sensação era de luto, de perda de um título que o mundo já considerava do Brasil.

       Na casa da minha querida avó Maria Amélia, mesmo com o final da partida, todos permaneceram anestesiados, sem saber o que dizer ou comentar, apenas ouvindo a voz do famoso locutor de TV Luciano do Vale. Minha avó, que assistira ao jogo sentada em sua cadeira de balanço e de costas para a televisão, buscou justificar a eliminação e consolar os tristes expectadores. Arrotando conhecimento sobre o futebol, a robusta torcedora, vestida em seu “robe” característico, comentou:

          - Também, depois que João do Pulo perdeu a perna eu não acreditava mais nessa seleção.

(imagem Google)

875 - MNEMÔNICA (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



       O professor Paulo Danúbio se mudou para Fortaleza desde o início da década de setenta. Mas, como a grande maioria dos varzealegrenses, adora passear em sua cidade natal. Todo feriado, folga ou férias viaja para Terra do Arroz.

        Quando ainda solteiro, o dinheiro curto nunca era suficiente para o longo período das férias em Várzea Alegre. Assim, Paulo deixava algumas contas penduradas com a promessa de mandar a quantia de Fortaleza pelo primeiro portador.

 
       Certa vez, já na capital alencarina, como sua mãe Maria Amélia viajaria para Várzea Alegre, pediu que ela levasse o dinheiro que ficara devendo a vários proprietários de bar. Um dos que mais recomendou o pagamento foi para Pingo, conhecido proprietário da Fina Flor, bar que por muitos anos funcionou no interior do Mercado Velho.

       Quando sua mãe retornou da viagem ao interior do Estado, ainda na rodoviária, Paulo perguntou:

       - Mamãe, a senhora pagou minhas contas?

       - Meu filho, paguei aos Cunés, Maria Araripe, Zé de Zuza, Toinha Boágua, só não consegui encontrar o tal de Gota.

 

(imagem Google)

874 - A GOLA DO VESTIDO (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



       Minha avó materna Maria Amélia Gonçalves Costa deixou preciosos ensinamentos para todos os seus descendentes. Na sua casa, em Fortaleza, a professora aposentada acolheu e se dedicou à educação de alguns seus netos. Muitos, como eu, ainda adolescentes, deixaram a pequena cidade natal para estudar na capital cearense.



          Com sabedoria, minha querida avó desenvolveu uma técnica especial para codificar sua conversa ao telefone. Para evitar constrangimentos e disfarçar o assunto tratado, quando falava com as filhas sobre algum neto ou neta que estava por perto, ela dizia:



        - Sabe, Socorro, a “gola do vestido” tá do mesmo jeito...



       Por cautela, sempre cifrava o diálogo:



       - Pois é, Terezinha, a “manga da camisa” não tem jeito... Minha filha, quanto à “gola de vestido”, só pessoalmente...



        No início da década de setenta, quando sua filha Maria Zélia iniciou relacionamento com José Macedo, a professora aposentada já inovava na maneira de alertar sobre o momento de suspender o namoro da noite. Na época, como ainda costume no rádio, nos intervalos da programação, a TV Ceará (canal 2) informava o horário. Para alertar sobre o avanço da hora sem melindrar o cortês namorado de sua filha, a conhecida varzealegrense aumentava bastante o volume do seu velho televisor colorado no momento em que o locutor da TV Ceará falava:



         - Macarrão Fortaleza informa: na Capital Alencarina são exatamente vinte e uma horas e trinta minutos.



Colaboração: José Macedo de Santana

(imagem Google)

873 - ELEGÂNCIA DA CAPITAL (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



         No início do século passado, como em todas as pequenas cidades, Várzea Alegre vivia em completo isolamento. Os velhos e tradicionais hábitos só sofriam abalo quando alguns raros visitantes traziam novidades da moda ou do comportamento.

          Na década de vinte, minha avó Maria Amélia e suas amigas se impressionaram com uma jovem que chegara de Fortaleza. Além de usar belas roupas e calçados modernos, a moça andava de uma forma nunca vista pelo interior cearense.

       Não tardou para que minha  e todas as amigas copiassem a original maneira de caminhar da visitante. Rosa Gonçalves, conhecida como “Dosa”, ao ver sua filha com uns passos estranhos, perguntou:

         - Maria Amélia, por que você tá andando assim?

         - Mamãe, agora na capital as moças andam desse jeito. A senhora não viu a menina que veio de Fortaleza?

          - Minha filha, aquela moça levou uma queda da rede e ficou manca. Cachinga desde pequena.



Colaboração: Terezinha Costa Cavalcante

(imagem Google)

872 - PORTA-RETRATO (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)


       Minha avó Maria Amélia viveu irradiando alegria, compreensão e equilíbrio. Com treze filhos e dezenas de netos e bisnetos, a varzealegrense, com amor e serenidade, se notabilizou pela sua infinita capacidade de amar e de superar com altivez os percalços da vida.



         Na década de setenta, minha querida avó deixou a pequena Várzea Alegre e foi morar em Fortaleza. Ali, sua casa continuou bastante frequentada por todos, muitos vindos do sertão cearense para matar a saudade da sábia professora aposentada.



        Certo dia, Antônio Ulisses, um dos filhos de Maria Amélia, chegou de surpresa à capital alencarina. Ao entrar na casa e olhar para a estante da sala, o corretor de algodão reclamou:



         - Mamãe, cadê minha foto. Por que só tem retrato de minha irmã Terezinha?



         - Ah, meu filho, você vem sem avisar. Terezinha me disse que chega hoje de Várzea Alegre.


(imagem Google)

871 - A CAIXA DA RODOVIÁRIA (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



          Quando estudei em Fortaleza, aos cuidados da minha querida avó Maria Amélia, toda tarde de domingo eu ia à Rodoviária apanhar uma caixa com mantimentos enviada de Várzea Alegre por meu pai. Eu não era o único. No mesmo dia, vários adolescentes cumpriam meio a contragosto aquela tarefa, que findava se transformando em um agradável encontro de estudantes.

          Nas várias caixas de papelão, bem amarradas com barbantes, despachadas do sertão, havia um pouco de tudo. Não faltava feijão verde, paçoca de carne seca, queijo de coalho, carne de criação, tijolo de leite, bolacha maria e cream cracker, mariola, pasta kolynos, sabonete phebo. E, claro, algumas barras da apreciada e indispensável rapadura. 

        Em um desses domingos, depois de muito procurar no bagageiro do ônibus, fui informado por seu Guimarães, conhecido motorista da empresa Vale do Jaguaribe, que meu pai não estivera naquela manhã no ponto de Zé de Ginu, onde costumeiramente despachava a caixa.

        Quando voltei para casa ainda sem entender o acontecido, minha avó admitiu que meu pai telefonara pela manhã avisando que não enviara a encomenda naquele domingo. Eu fiquei inconformado por não ser alertado, pois aproveitaria para assistir no castelão ao clássico rei – Ceará versus Fortaleza. Minha querida avó, com seu jeito original de controlar as coisas, certamente temendo que eu me viciasse no futebol do domingo e largasse a responsabilidade semanal da caixa, buscou em vão me convencer:

        - Flavin, foi bom você ter ido pra rodoviária mesmo. Vai que seu pai se enganou e mandou a caixa.


(imagem Google)

870 - INTELIGÊNCIA DA VIDA (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



       O festejado psiquiatra e psicoterapeuta brasileiro Augusto Cury ensina como ser gestor das próprias emoções, decifrando o código da inteligência para administrar sentimentos e gerenciar os temores, medos, angústias e aflições da vida.

       Até parece que o paulista de Colina, cujos livros invadiram as listas dos mais vendidos, conheceu e estudou minha querida avó materna Maria Amélia. A sábia varzealegrense, mesmo em momentos de muitas dificuldades  e perdas, buscava controlar suas emoções e “fazer sua própria cabeça”.

       No início da década de oitenta, como o apertado orçamento de professora aposentada não permitia nenhum luxo, minha avó continuava assistir a seus programas favoritos nas imagens em preto e branco de seu antigo aparelho de TV.

       Exatamente até o dia em que foi presenteada por seu filho caçula Paulo Danúbio com um televisor novo e a cores, ela justificava sua preferência pela antiga:

      - Não troco minha velha televisão nem por duas coloridas. Nan, li na revista Manchete que essas tevês cheias de cor fazem muito mal a vista das pessoas.


(imagem Google)

869 - SEM A FARTURA DO PRÉ-SAL(Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



          Minha avó materna Maria Amélia deixou para os seus descendentes exemplos de solidariedade, otimismo e também de muita economia. Com os parcos proventos de professora ela pagava as despesas normais da casa e ainda mantinha reservas para socorrer um parente ou amigo em dificuldade.

           Nos anos oitenta, em Fortaleza, saudosa época em que morei com minha querida avó, certa manhã escutei um barulho estranho vindo da cozinha. Ao chegar próximo ao fogão me deparei com uma cena bizarra e nada recomendável. Gilza, funcionária da casa, açoitava violentamente o tambor de gás com um chileno. Parecia cena de tortura no temível e desumano “pau-de-arara”, com o infeliz recipiente apanhando e agonizando de cabeça para baixo.

          Assustado com a perigosa atitude eu perguntei à paciente empregada:

           - Gilza, o que é isso? O que foi que esse pobe fez?

           - Já disse que secou. Mas Dona Maria quer que eu tire à força um resto de gás que tem dento do tambô

(imagem Google)

868 - CLIENTE RETORNÁVEL (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



          Segundo pesquisa divulgada hoje, encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Supermercado Walmart, a maioria da população brasileira aprova proibição do uso de sacolas plásticas para carregar compras. A medida, defendida pelos especialistas, busca minimizar os graves impactos ambientais provocados pelo uso indiscriminado desses saquinhos.

          Minha avó Maria Amélia, na década de oitenta, morou em Fortaleza ao lado do Jumbo da Avenida Aguanambi, supermercado tradicional da cidade. Com cerca de setenta anos, era a mais assídua e fiel cliente daquele grande estabelecimento do grupo Pão de Açúcar. Toda manhã, ia inúmeras vezes ao movimentando supermercado. Gordinha, subia os vários lances de escadas do apartamento com dificuldade, trazendo apenas um produto em um saco plástico.

          Certo dia, impressionado com as idas e vindas às compras da minha querida avó, eu, ainda estudante, comentei:

          - Vovó  com algum paquera nesse mercantil. A senhora passa o dia todo indo lá.

          Já sentada em sua confortável cadeira de balanço, ainda ofegante, com um sorriso irônico no canto da boca, minha econômica avó premeditou:

           - Flavin, um dia você vai descobrir quanto custa um saco de lixo.


(imagem Google)

867 - BIFE À MILANESA (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)



O bife à milanesa é um prato da culinária italiana que ao longo do tempo se tornou bastante popular no Brasil, feito com bifes fritos em óleo quente após serem empanados com ovos batidos e farinha de rosca.

Mas somente no inicio da década de 1970, quando se mudou para Fortaleza, minha avó materna Maria Amélia aprendeu essa nova forma de preparar o bife. Assistindo a um programa de culinária na TV, a professora aposentada percebeu que o prato poderia fazer render ainda mais a carne comprada para as refeições e saciar o apetite das várias pessoas que comiam em sua movimentada casa.

Certa manhã, a econômica dona de casa preparou a novidade para o almoço oferecido ao seu genro Sérgio Pinto de Carvalho, comerciante em Várzea Alegre, que fora visitar suas filhas que estudavam na capital alencarina.

Com todos sentados à grande mesa, minha avó serviu o bife camuflado e pôs logo um grande pedaço no prato do querido genro. Após algumas garfadas e cortes no vazio, o apetitoso comerciante, insinuando que houve exagero na farinha de rosca, com sua gagueira habitual, comentou:

-Ma-ma-maria Amélia, parece que agora eu achei o bago*...


bago, no interior cearense, também significa miolo.
Colaboração: Paulo Danúbio Carvalho Costa
(imagem Google)

866 - VOVÓ E SUAS MIL UTILIDADES (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)




      Com os seus parcos proventos de professora aposentada, minha avó materna Maria Amélia alcançava o milagre de manter o seu movimentado apartamento em Fortaleza. Sua receptiva morada vivia repleta de parentes que saíam de Várzea Alegre para estudar e trabalhar na capital cearense.

          Para conseguir o equilíbrio do apertado orçamento doméstico e ainda manter uma inacreditável reserva financeira, minha avó exercia intenso controle sobre os produtos adquiridos para a manutenção da residência.

         Certa manhã do início da década de oitenta, logo que me mudei para Fortaleza, me deparei com minha gordinha avó, toda ensaboada, andando do banheiro do quarto dela para o banheiro social do apartamento.

          Diante da cena, após controlar o riso, temi que minha querida vozinha, que já andava normalmente com dificuldades, agora molhada, nua e ensaboada, escorregasse no piso do apartamento.

         Imediatamente chamei a antiga funcionária da casa e indaguei:

         - Gilsa, vovó passou de um banheiro pra outro toda ensaboada.  faltando água?

        A fiel e paciente empregada, com um sorriso no canto da boca, respondeu:

        -  não, Flavin. É que dona Maria não quer gastar o sabão em pó. Quando ela vai tomá banho aproveita a espuma de sabonete do corpo dela e passa nas paredes dos banheiro pra mode eu esfergar depois...



(imagem Google)

865 - FEIRA LIVRE (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)




Encontradas desde Roma e Grécia antigas, as feiras livres sobreviveram bravamente até os tempos atuais. Diariamente, nas ruas de todas as cidades, vendedores e compradores exercitam a milenar arte de negociar, discutindo diretamente o preço dos produtos expostos em barracas.

Por vários anos da década de setenta e oitenta, em Fortaleza, minha querida avó Maria Amélia frequentou a movimentada feira do bairro Jardim América. Ali se tornou conhecida pelos barraqueiros e demais clientes por sua simpatia, cordialidade e  economia.

Certa manhã, após pedir e não conseguir desconto em um quilo de batata doce, minha avô, usando um meio  alternativo de pechinchar, pôs a mao dentro do saco da batata e falou:

- Meu filho, então me dê mais essa de agrado...

O experiente barraqueiro, acostumado com o espírito regateador da cliente, relutou:

- Mas dona Maria, essa batata aí pesa quilo e mei...


Colaboração: Paulo Danúbio Carvalho Costa
(imagem Google)

864 - TELEFONE GRAMPEADO (Republicado em homenagem aos 100 anos de nascimento de minha avó Maria Amélia)






Atualmente no Brasil há muito mais celulares que habitantes. A telefonia móvel invadiu o país, permitindo a comunicação rápida  entre pessoas de diferentes e distantes regiões. 

Mas nem sempre houve tanta facilidade. Quando na década de oitenta morei em Fortaleza, minha querida avó Maria Amélia mantinha o seu movimentado apartamento com os parcos proventos de professora aposentada. Com muita economia, equilibrava o orçamento doméstico e ainda guardava uma reserva.

Entre as várias despesas controladas se destacava o gasto com o telefone. Para limitar as ligações, o antigo aparelho permanecia bloqueado com um cadeado afixado no disco. A chave permanecia no bolso do vestido da simpática e esperta velhinha até quando ela dormia.

Certo dia, saí cedo da manhã para o colégio e de lá segui para o campo de futebol. Me entreti com os amigos e perdi a hora. Só voltei para a casa já proximo ao final da tarde. Ao chegar, fui recebido à porta com a reclamação da minha avó:

Flavin, eu fiquei muito preocupada, onde você tava esse tempo todo? Eu já ia fazer uma carta contanto tudo pro seu pai...

Mesmo conhecendo o rígido controle do telefone de minha querida avó, me surpreendi:

- Vovó, nem para avisar que eu tava sumido a senhora ia gastar um interurbano pra Várzea Alegre....


(imagem Google)

domingo, 6 de julho de 2014

863 - II CORRIDA DE RUA DE VÁRZEA ALEGRE




Adoro começar o domingo participando de uma corrida de rua, praticando o pedestrianismo, saudável atividade física que passei a cultivar há alguns anos. E quando esse momento acontece em Várzea Alegre, ao lado de amigos e familiares, a emoção se multiplica.

Hoje, logo cedo, atletas profissionais e amadores de vários Estados e de todas as idades lotaram as ruas, as avenidas e os becos da acolhedora cidade cearense. Em todo percurso, a população acompanhou e incentivou os corredores.

Neste ano, a organização da II Corrida de Rua de Várzea Alegre se esforçou para trazer uma novidade pouco comum nos eventos da região, mas utilizada nas grandes corridas do Brasil. Contratou uma empresa especializada na cronometragem eletrônica, tecnologia que permite um resultado eficiente, rápido e seguro. Para controle da passagem na largada e chegada da prova, cada atleta fixou em seu tênis um chip descartável  – dispositivo microeletrônico.
  
Além do incansável apoio para realização da prova, meus parentes próximos participaram diretamente da corrida, como minha querida mãe Terezinha, com 71 anos. Após completar o percurso de uma légua, pouco mais de seis quilômetros, feliz por cumprir seu objetivo, ela apontou para o seu pé e me perguntou:

- Flavin, meu filho, dá pra aproveitar esse chipbutar no celular?

(imagem Google)