Todos
os meses, em uma noite de lua cheia, um grupo de cerca de cem ciclistas deixam
suas casas para pedalar por dezenas de quilômetros na rodovia que acessa o aprazível
município de Mazagão.
Trata-se
de um dos passeios mais concorridos do Amapá,
especialmente por aqueles que usam suas bicicletas como instrumento para curtir
a natureza, aliviar o estresse das atividades diárias e fazer novas
amizades.
Ontem
debutou nesse pedal, o amigo Everaldo
Romano Palheta, popularmente conhecido como Kelé.
Praticante do atletismo, do futebol e de outras modalidades esportivas, o amapaense de 64 anos
possui uma energia inesgotável e uma irreverente simpatia.
Extremamente
competitivo, bastou a balsa atravessar o Rio Matapi, para Kelé sair em disparada rumo a Mazagão. Sequer esperou para apreciar
a beleza da lua e posar para a tradicional foto na ponte sobre o Rio Vila Nova.
Só voltei
a encontrar o atleta sexagenário na padaria da sede de Mazagão, onde os
ciclistas se reunem para repor as energias gastas no percurso. Observando sua
cara tristonha e acabrunhada, logo perguntei:
- O
que houve, Kelé? Que cara é essa?
Desconfiado,
em pé, sozinho em um canto, o amigo me confidenciou, em voz baixa:
- Mano, negócio tá feio. Amassei um dos meus ovo...
A
resposta me causou extrema preocupação. Mesmo acostumado a pedalar em sua barraforte, certamente Kelé estranhara o duro celim de sua nova
bicicleta estilo mountain bike.
Eu buscava
informações acerca da unidade de saúde local para cuidar dos testículos avariados
do amigo, quando Kelé esclareceu:
-Trouxe
dois ovo para tomar cru aqui em
Mazagão, mas um dos ovo se espatifou
todo dentro da mochila...
(imagem Google)