Hoje fui ao Malocão do Sesi - Serviço Social da Indústria - pra apanhar
um Kit de corrida e, conversando com amigos, recordei a última vez que estive naquele concorrido espaço
para eventos de Macapá.
Já faz alguns anos, creio que mais de quinze. Eu acabara de parar de consumir bebida
alcoólica e fui a um baile de Carnaval no Malocão. Ainda estranhava
ficar sem beber em momentos festivos. Sentia falta do álcool e mais ainda de segurar um copo com a mão, esporte que pratiquei por algumas décadas.
Um amigo, vendo a minha dificuldade em entrar no clima festivo, sugeriu:
- Flávio, experimente tomar um energético que tu vai pular carnaval na maior animação.
Atendi a orientação do parceiro e comprei uma lata do tal energético.
Despejei todo o conteúdo misturado ao gelo em um copo duplo. Lembrei
imediatamente das bondosas doses de uísque e outras bebidas que tomava em carnavais
e outros momentos festivos. Não sei se por conta da sede, da saudade ou da
semelhança com as doses de antigamente, mas eu esvaziei o copo em dois rápidos
goles.
Inicialmente, senti uma certa animação. Parecia que os velhos tempos
voltariam. Mas a sensação de euforia logo mudou. Em vez da esperada energia
passei a sentir uns arrepios e a suar frio. Aquele líquido não acelerou o ritmo
das minhas pernas. Afetou outra parte do meu corpo, provocando um movimento
estranho nas minhas tripas.
Senti que precisava rapidamente de um banheiro. Corri para os sanitários
do Malocão, mas a forte concorrência pelo espaço não me permitiria evacuar naquela
área. Havia gente demais no pequeno recinto.
Avisei a namorada que precisaria sair e fui às pressas para o
apartamento em que morava, não muito distante do local da folia. Entrei
rapidamente no carro e acelerei. Cheguei em poucos minutos. Subi a escada
correndo, abri com agilidade a porta e corri para o banheiro social.
Todo o esforço foi em vão. Bastou que eu levantasse a tampa do vaso para
que eu melasse toda a minha fantasia do carnaval. Minha energia momina escorreu
pelas pernas. Desde esse dia aprendi que não adianta enfrentar uma dor de
barriga, pois por mais que você se esforce, acelere o passo, acaba se borrando,
especialmente se turbinado por um bom energético que lhe faz "criar
asas".
(imagem
Google)