domingo, 17 de setembro de 2017

972 - ROCK IN RIO 2017

  
Na primeira edição do  festival de música idealizado pelo empresário Roberto Medina, em 1985, eu, lá no Ceará, sonhei em assistir ao vivo, aos shows de Queen, Rod Stewart, Barão Vermelho, Alceu Valença, Paralamas do Sucesso e muitos outros.

Passaram várias edições para que eu realizasse em 2017 o sonho do jovem cearense e curtisse o desejado Rock In Rio. As atrações mudaram, o público mudou, eu mudei e o amor às minhas filhas Alice Maria e Ana Luiza me levou ao Rio de Janeiro. As duas adolescentes escolheram as datas com espetáculos de Shawn Mendes, 5 Seconds Of Summer, Maroon 5, Fergie, Whindersson Nunes, Skank e Ivete.

No sítio eletrônico do festival, não consegui os concorridos ingressos do segundo dia, justamente na data onde se apresentaria o canadense de 19 anos, Shawn Mendes,  principal atração do festival para as minhas filhas e para milhões de outras adolescentes do planeta. Mas, no Rio, a preço de ouro, de cambistas, adquiri os ingressos do dia tão desejado.

Na véspera do show de abertura recebemos a triste notícia do cancelamento da apresentação de Lady Gaga. Uma grande decepção que virou festa em frente ao hotel reservado para a estrela pop. Se não veríamos a famosa novaiorquina, vibramos ao assistir na calcada de Ipanema a performance da divertida cover brasileira Penelopy Jean, que roubou a cena do dia e depois subiu aos palcos do Rock In Rio.

Este ano, estrelas da internet também brilharam, como Whindersson Nunes que juntou multidão para ouvir suas divertidas paródias. Numa delas, o fenômeno  piauiense ensina a cantar em inglês com a música "não sei o que lá", recriando famosa obra da banda americana Guns N' Roses.

Depois de dois dias de grandes espetáculos, volto pra casa, em Macapá, na companhia de Alice Maria e Ana Luiza com a bagagem abarrotada  de emoções e lembranças.  Espero que em 2030 ainda tenha força e energia para voltar ao Rock in Rio e refazer a divertida e emocionante viagem, dessa vez acompanhando nossa filha caçula Ana Flávia, que hoje conta com apenas 2 anos de idade.


(imagem Google)

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

971 - SEBINHO (republicado)



Nesta manhã de domingo, um grupo de amigos pedalou até o Igarapé da Fortaleza, Distrito de Santana, para uma visita ao veterano atleta Francisco Dias Macedo, que se recupera de uma cirurgia. Mesmo com carência de identificação das ruas, foi fácil encontrar o endereço, pois vários moradores do local se prontificaram a apontar orgulhosamente onde mora o simpático senhor conhecido como Sebinho, hoje com 73 anos.

A modesta casa do corredor e ciclista conta grande parte da história do esporte amapaense. Nos cômodos, falta espaço para expor os inúmeros troféus e medalhas conquistados pelo incansável atleta. Segundo seus cálculos, desde 1972, quando se iniciou nas disputas, são 974 provas vencidas. 

Nascido no Estado do Pará, entre Oriximiná e Juriti, Sebinho chegou ao Amapá em 1970, para trabalhar na área de telecomunicações da ICOMI, empresa que por décadas explorou o minério de manganês nas minas da Serra do Navio. 

Mas foi na atividade esportiva que se destacou e adquiriu fama. Suas vitórias ultrapassaram os limites geográficos impostos pelo majestoso Rio Amazonas. Representando o Amapá, Sebinho ganhou provas em vários estados brasileiros.

E o melhor da visita foi ouvir as inúmeras histórias e aprender com o lendário atleta amapaense. A origem do seu apelido diz muito sobre a sua vitoriosa trajetória.

Na década de 1970, em uma prova disputada em Fortaleza, nos últimos metros, Francisco disparou e ultrapassou vários concorrentes, cruzando em primeiro lugar a linha de chegada. Ao final, diante de todos, o técnico da forte equipe catarinense, inconformado com a perda do título, reclamou rispidamente com seus atletas:

- Que vergonha! Como vocês conseguiram perder para esse ciclista franzino do Amapá?

Esgotado, ainda ofegante, um dos atletas de Santa Catarina, usando uma comparação que passou a substituir o nome do simpático Francisco, respondeu:

- Ora, o que a gente poderia fazer?  Ele é pior que “sebo”, um "sebinho", muito liso,  depois que fugou não deu para mais pra segurá-lo...

(imagem Google)

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

970 - JARILEX



            No último feriado de 7 de Setembro, um grupo de amigos saiu de Macapá com destino ao Laranjal do Jari, município localizado no sul do Estado do Amapá.

            A distância entre as duas cidades amapaenses, de aproximadamente 290km, mesmo com grande parte de estradas não pavimentadas e embaladas por íngremes ladeiras, seria vencida  com relativa  facilidade não fosse o meio de transporte escolhido: a bicicleta.

            Mas a prestimosa equipe de apoio, os refrescantes rios, a exuberante floresta, a hospitalidade do povo amazônico e a união dos cicloexpedicionários facilitaram a consecução do objetivo.

          Em dois dias de incansáveis pedaladas conseguimos alcançar o rico, desejado e espoliado Vale do Jari, superando limites pessoais e escrevendo mais uma página da nossa história de aventuras.

           Como recompensa, ao final do desafio batizado como JARILEX, nos banhamos alegremente na Cachoeira de Santo Antônio, no rio Jari,  que, mesmo afetada pela recente construção de uma hidrelétrica, ainda encanta pela sua beleza, força e exuberância.

            A pequena embarcação - catraia - que nos levou para as lindas quedas d'água também parou em um pequeno cemitério, na beira do rio Jari, onde, em meio a várias cruzes, destaca-se uma com a suástica. Ali foi sepultado Josefh Greiner, falecido em decorrência de malária, um dos oficiais de uma expedição alemã da década de 1930, que explorou a região pouco anos antes da Segunda Grande Guerra Mundial.

            Em tempos de polêmica sobre a exploração de áreas protegidas, a história da expedição germânica realçou a pouca importância e o minguado tempo que dedicamos às nossas riquezas. Ainda hoje,  nós do Amapá, nós brasileiros, pouco conhecemos da extensa e isolada Amazônia. Por outro lado, há quase 100 anos, uma expedição alemã colheu profundas informações da fauna, flora e geologia da região.


      Esperamos que a bicicleta nos leve a outros encantadores lugares e nos ajude a despertar e refletir sobre o futuro da grandiosa, desconhecida e incompreendida Amazônia brasileira.

(Imagem Google)