sexta-feira, 15 de setembro de 2017

971 - SEBINHO (republicado)



Nesta manhã de domingo, um grupo de amigos pedalou até o Igarapé da Fortaleza, Distrito de Santana, para uma visita ao veterano atleta Francisco Dias Macedo, que se recupera de uma cirurgia. Mesmo com carência de identificação das ruas, foi fácil encontrar o endereço, pois vários moradores do local se prontificaram a apontar orgulhosamente onde mora o simpático senhor conhecido como Sebinho, hoje com 73 anos.

A modesta casa do corredor e ciclista conta grande parte da história do esporte amapaense. Nos cômodos, falta espaço para expor os inúmeros troféus e medalhas conquistados pelo incansável atleta. Segundo seus cálculos, desde 1972, quando se iniciou nas disputas, são 974 provas vencidas. 

Nascido no Estado do Pará, entre Oriximiná e Juriti, Sebinho chegou ao Amapá em 1970, para trabalhar na área de telecomunicações da ICOMI, empresa que por décadas explorou o minério de manganês nas minas da Serra do Navio. 

Mas foi na atividade esportiva que se destacou e adquiriu fama. Suas vitórias ultrapassaram os limites geográficos impostos pelo majestoso Rio Amazonas. Representando o Amapá, Sebinho ganhou provas em vários estados brasileiros.

E o melhor da visita foi ouvir as inúmeras histórias e aprender com o lendário atleta amapaense. A origem do seu apelido diz muito sobre a sua vitoriosa trajetória.

Na década de 1970, em uma prova disputada em Fortaleza, nos últimos metros, Francisco disparou e ultrapassou vários concorrentes, cruzando em primeiro lugar a linha de chegada. Ao final, diante de todos, o técnico da forte equipe catarinense, inconformado com a perda do título, reclamou rispidamente com seus atletas:

- Que vergonha! Como vocês conseguiram perder para esse ciclista franzino do Amapá?

Esgotado, ainda ofegante, um dos atletas de Santa Catarina, usando uma comparação que passou a substituir o nome do simpático Francisco, respondeu:

- Ora, o que a gente poderia fazer?  Ele é pior que “sebo”, um "sebinho", muito liso,  depois que fugou não deu para mais pra segurá-lo...

(imagem Google)

2 comentários:

  1. Excelente a publicação sobre o a história do Sebinho.

    A quantidade de vitórias por ele conquistada, foi para mim e acredito pra muitos, uma surpresa. 974 conquista é praticamente um record.

    Uma perda inestimável para o ciclismo amapaense.

    ResponderExcluir
  2. Linda homenagem... Sebinho foi um cidadão Amapaense de coração e nos deixou um legado de realizar atividade física com amor e em prol à saúde, amizade e a alegria.
    Deus o guarde em um lugar muito especial.

    ResponderExcluir