Segundo trabalho científico apresentado no V Encontro
Nordestino de Biogeografia por Antônia Eliene Duarte e outros
especialistas, havia, no alto da serra, um descampado arenoso onde o gado costumava malhar,
que, ao longo do tempo, de malhada da
areia se transformou na corruptela “madareia”.
Por sua vez, no consagrado livro “Os Sertões”, o escritor fluminense Euclides
da Cunha cita quincuncá como vocábulo
de origem tapuia, grupo indígena que habitava o interior brasileiro, usado para designar acidente geográfico.
Pois no último dia de julho, realizando desejo de nosso pai
Luiz Cavalcante, saímos em busca de conhecer essas duas localidades serranas. Madareia, situada
no limite dos Municípios de Várzea Alegre e Cariús, e, Quincuncá, no vizinho
município de Farias Brito.
Sentindo os fortes ventos e a amena temperatura do local, da
bela vista do alto da Serra da Madareia observamos grande parte de Várzea
Alegre, mas outras elevações geográficas encobriam a sede do município. Poucos
moradores da pequena localidade se arriscaram a abrir portas ou janelas das
suas modestas casas, certamente estranhando os inesperados visitantes ou
temendo o vento frio da manhã de domingo.
Saindo da Serra da Madareia,
seguimos imediatamente em direção à Farias Brito para também conhecer a do Quincuncá. Ali, a íngreme subida foi
facilitada pela recente pavimentação da sinuosa estrada que dá acesso às
localidade serranas.
Bem no alto, paramos para conhecer o Pontal do Padre
Cícero, mirante com belíssima vista para
o Município de Farias Brito. Reza a lenda que o local foi indicado pelo
venerado Padre de Juazeiro como um
dos poucos pontos da região para se
escapar de uma temida enchente causada por águas das fontes do Cariri, caso
houvesse o deslocamento da famosa Pedra da Batateira, no Crato.
Por fim, no alto da serra, após passar pela comunidade do
Umari, finalmente chegamos à progressista Quincuncá, antiga Araticum, onde
visitamos a capela de São José e nos encontramos com simpáticos moradores do
distrito. Na conversa, indagamos sobre a origem do nome Quincuncá, ouvindo várias versões.
Porém, de todas, a melhor justificativa para o nome da serra
de Farias Brito, escutei há alguns anos da prima Wellen Liberalino. Segundo
ela, há muito tempo na localidade dos seus avôs paternos havia apenas uma
pessoa que sabia ler e escrever, responsável por redigir as cartas postadas
pelos moradores da antiga localidade de Araticum. Quando perguntavam o seu
nome, dando origem à denominação do local, ele respondia: “Sou Kinco, Kinco Com K”.
(imagem
Google)