Mesmo com todas as campanhas de conscientização e repressão dos órgãos ambientais, a criação de pássaros em cativeiro ainda é um hábito comum, especialmente no interior do Brasil.
Na década de noventa, em Várzea Alegre, sertão cearense, o vendedor Zé da Roupa recebeu em sua casa um compadre trazendo uma grande gaiola com dois belos pássaros. Flagrantemente angustiado, o visitante disse:
- Zé, eu vou morar no sunpaulo e só confio em você pra deixar o meu casal de juriti.
Mas passadas poucas semanas, inesperadamente o compadre voltou de São Paulo e logo se dirigiu à casa de Zé da Roupa para buscar suas aves de estimação. Ao chegar à residência, o compadre perguntou:
- Zé, as bichinhas cantaram muito?
- Cumpade, aqui elas só fizeram um chiado.
- Foi mesmo Zé? Como assim? – perguntou, o compadre, já procurando os seus pássaros pela casa.
Como autorizara a esposa a torrar as juritis, pois a mulher reclamava que as aves sujavam bastante a casa, Zé da Roupa completou:
- O chiado do óleo freivendo na frigideira, cumpade.
Colaboração: Geraldo Costa
(imagem Google)