domingo, 31 de maio de 2015

916 - BALADA DO CICLISTA LOUCO


Neste domingo, dia 31 de maio de 2015, um grupo de amigos, liderado pelo comerciante e ciclista Mauro Bala, no passeio intitulado Pedal dos Loucos, saiu cedo da manhã pela estrada em direção à tradicional comunidade rural do Carmo do Maruanum, distante cerca de 55 quilômetros de Macapá.

Por conta do insano passeio, a localidade das louceiras, agricultores e extrativistas recebeu uma invasão de mais de cinquenta dispostos e animados ciclistas que se encantaram com a beleza simples do lugar e com a simpatia dos seus moradores.

O desafio de descer e subir íngremes ladeiras, em uma sofrida estrada de chão, sob um sol escaldante, foi recompensando pelas belas paisagens do caminho e especialmente pelo refrescante banho no balneário do Rio Maruanum.

Um dia inesquecível e marcante na vida dos ciclistas que fez lembrar versos da Balada do Louco, do grupo de rock psicodélico Mutantes, que, em 1972, cantou:

Sim, sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz


(imagem Google)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

915 - CESINHA DE NENÊ DE ZÉ VITOR


Na nossa rica infância em Várzea Alegre, sertão cearense, convivemos com César Souza Lima, um garoto especial, que, com os inseparáveis óculos fundo de garrafa e a voz compassada, marcou pela sua ingenuidade e simpatia.

Minha irmã Flaviana manteve um contato ainda mais próximo e intenso com Cesinha de Nenê de Zé Vitor, como conhecido. Na pré-escola, na turma da professora Airles Pires, formou com ele um dos casais da animada quadrilha de São João. Na fase adulta, reencontraram-se no Crato, onde continuaram a amizade de infância.

Certa vez, na década de 1970, Nenê de Zé Vítor, atrás do balcão do seu comércio no centro de Várzea Alegre, conversava com o político e oficial de registro João Francisco, irmão de Maçonaria. Enquanto os adultos se entretiam no bate papo, Cesinha, ainda criança, brincava embaixo do balcão.

Após longa conversa, João Francisco, vestido com o tradicional paletó preto, deixou o estabelecimento de Nenê e se dirigiu ao templo local da Maçonaria, onde, um dos irmãos da discreta sociedade reparou:

- Mestre João Francisco, por que hoje você veio pra reunião com um sapato preto e outro branco?

João olhou para a baixo, sorriu e lembrou:

-  Com certeza foi Cesinha de Nenê de Zé Vitor que pintou meu sapato enquanto eu conversava com o pai dele...

Cesinha nos deixou recentemente. Em sua passagem, sem perceber qualquer preconceito, conseguiu cruzar pela vida com uma doce e permanente pureza de criança.


(imagem Google)