Neste mês de março de 2025, reunimos novamente um pequeno grupo de parentes e amigos para mais uma rápida e divertida viagem.
Desta vez, partimos da Serra do Gravié, em Várzea Alegre, no centro-sul do Ceará, para o Maciço de Baturité, interessante região do nosso rico e diversificado Estado nordestino.
Chegamos ao Maciço pela cidade de Baturité, onde visitamos a histórica estação ferroviária, destino da primeira estrada de ferro do Ceará. Hoje, infelizmente, o importante meio de transporte se encontra desativado, mas, por décadas, transportou passageiros e produtos agrícolas para Fortaleza, Capital do Estado.
Em seguida, iniciamos a subida da serra, parando no Mosteiro dos Jesuítas, imponente construção erguida em um monte no início do século passado, com linda e ampla visão para a movimentada cidade de Baturité.
Na continuação da subida da Serra, em meio a rica e verdejante floresta de mata atlântica, conhecemos lindas quedas d’águas, entre as quais a impressionante Cachoeira do Perigo, a maior da região, com o precioso líquido caindo a uma altura de 84 metros.
Nos hospedamos na charmosa Guaramiranga, conhecida como “Suíça Cearense”, com clima ameno, lagos e montanhas que remetem àquele pequeno país do continente europeu.
No florido Município de Pacoti, apreciamos o precioso café do sítio São Luiz, sob as copas das frondosas árvores plantadas em volta do belíssimo e centenário casarão, sede da bem cuidada fazenda.
Em Mulungu, além de conhecer o Sítio São Roque, produtor do famoso e exportado café sombreado, subimos as escadarias para acessar a estátua do flechado São Sebastião, localizada no Sítio Bela Vista. De lá, como o próprio nome indica, apreciamos mais uma das fascinantes paisagens da Serra do Baturité.
De volta a Guaramiranga, escalamos, de carro, o Pico Alto, a quase mil metros de altura, um dos maiores do Ceará, onde desfrutamos um delicioso chocolate quente para amenizar o frio serrano daquele fim de tarde.
O circuito turístico pelos municípios do Maciço nos encantou, mas, como sempre, o sucesso da nossa viagem de três dias se deu por conta do entrosamento da turma, do bom papo e das hilariantes histórias contadas pelo querido tio e professor aposentado Paulo Danúbio.
Em um desses momentos de descontração, entre muitos casos impublicáveis, o experiente professor, ao ver uma burrinha subir uma das íngremes ladeiras da serra, nos contou que a cena trouxe à memória sua primeira e ardente paixão, havida na época em que, ainda adolescente, estudara no colégio agrícola de Lavras da Mangabeira. Naquele tempo, há exatos 57 anos, o inocente aluno se apaixonara por uma experiente jumenta que pastava ao redor do tradicional colégio interno do sertão cearense.
(Desenho de Inguerson Lima da Igreja Matriz de Baturité)