sexta-feira, 6 de novembro de 2009

100 - KARIRIS E TUCUJUS






        Por sua grandiosidade e beleza o Rio Amazonas chama a atenção de todos que visitam Macapá, sobretudo aqueles oriundos das terras secas do nordeste brasileiro. Há alguns dias, com enorme prazer, recebi em solo tucujus o meu tio Paulo Danúbio, o meu irmão Luiz Fernando e o meu primo Antônio Costa. Como eu, todos nascidos na também acolhedora Várzea Alegre, município cearense encravado no sertão do cariri.

        Para o primeiro dia da viagem programei um passeio com os visitantes por um inesquecível “roteiro de águas”. Antes, porém, para satisfação do aguçado apetite dos turistas, saboreamos deliciosas porções de peixe grelhado e doses de camarão no bafo no restaurante Flora, instalado em palafitas sobre o Igarapé da Fortaleza. Logo após o farto almoço iniciamos o esperado passeio de lancha em direção ao rio Matapi*, onde observamos parte da riqueza natural amazônica. Para nosso deleite e encantamento, em uma sinuosa curva, fomos recebidos por vários botos, lendários mamíferos que habitam rios do norte brasileiro.

        No fim do passeio, paramos para sentir a refrescante brisa do majestoso Amazonas, que batia suas águas contra o muro de arrimo da Avenida Beira-Rio, próximo à exuberante Fortaleza de São José de Macapá. Em dado momento, quando olhava para o leito do infindável rio, tio Paulo recebeu um telefonema do primo, amigo e conterrâneo Irapuan Costa. Certamente lembrando-se das secas do nordeste e da intermitência dos pequenos rios do Ceará, o bem humorado professor foi logo dizendo:
 
        - Puan, quando tiver um bom inverno no Ceará não vá me ligar dizendo “Paulo, o Machado** desceu suberbando numa cheia danada”.



* afluente do Rio Amazonas que banha o Estado do Amapá.

**riacho temporário que cruza grande parte do Município de Várzea Alegre.

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