segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

888 - A PARTIDA DO MOTOR



A energia gerada pela hidrelétrica de Paulo Afonso chegou ao Juazeiro do Norte no final de 1961, mas demorou a se espalhar pelo  sertão cearense. Em Várzea Alegre, a iluminação continuou por vários anos alimentada pela força de um sofrível grupo gerador mantido pelo Município.

Instalado no Mercado Velho, próximo da esquina onde hoje se encontra o comércio de Zé de Corina, o motor gerador funcionava por poucas horas da noite, sob os cuidados de Zé Saldanha e de seu auxiliar Zé Valentin.

Aos finais de tarde, os meninos da pacata cidade se reuniam para assistir ao teatral acionamento do velho motor. Quase sempre, o jipe• de Valdir de Dudu, amarrado à manivela, ajudava no pesado arranque da máquina. Para melhorar a tração nas rodas, enquanto o motorista acelerava, os garotos pulavam na traseira do automóvel. Todos gritavam quando, após algumas tentativas, a força desprendida pelo Jipe era finalmente capaz de girar e fazer funcionar o pesado motor gerador.

O agrônomo Raimundo Cavalcante Filho, conhecido como Din, um dos meninos que não faltava ao diário acionamento do motor, diz que, se convidado para qualquer outra brincadeira no final da tarde varzealegrense, respondia:

- Só se for depois da puxada do motor da luz...

• aportuguesamento do nome automóvel do tipo Jeepdestinado ao uso fora da estrada.
Colaboração: Raimundo Cavalcante Filho(Din)
(Imagem google)


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