domingo, 19 de abril de 2009

29 - BARAÚNAS

Na fase adulta reaparece com mais ênfase aquilo de bom e marcante da nossa infância. Nos últimos anos, pensamentos recorrentes surgiram em minha mente trazendo ótimos momentos vividos em passeios pela zona rural de Várzea Alegre e municípios vizinhos. Adorava ir para São Cosme, Cajazeiras, Cotovelo, Baraúnas, Vacaria e outros sítios.

Quando visitava Baraúnas, dos meus tios Valter e Rita, receava dormir, pois temia que aquele tão esperado momento fosse apenas um sonho. Ali eu fazia tudo que criança adora. Corria livremente, brincava, caçava armado com baladeira, assistia a lida diária com os animais, observava o duro trabalho no campo. Éramos recebidos com uma irretocável hospitalidade. Tanto nossos tios, como os primos Vanusa e Romeu, nos acolhiam nas Baraúnas com enorme carinho e atenção.

Tio Válter nos deixava circular pelos currais, armazéns, riachos e roças. Apresentava um cuidado especial no tratamento dos animais, especialmente com os cavalos. Eduardo Bitu, também sobrinho e freqüentador do lugar, afirmou que até hoje se recorda da maneira detalhista e cuidadosa como o Tio Válter se vestia e preparava seu animal para as Cavalhadas e Vaquejadas.

Por um curto tempo, a alegre Vanusa passou a estudar em nossa casa na sede do município. Já eu, menino, não era muito receptivo em meu terreiro. Certo dia, quando servido o almoço, reparando o acentuado apetite da menina Vanusa, comentei:

- Tio Válter devia mandar um saco de arroz da Baraúna na bagagem de Vanusa.

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