Anos atrás, em Várzea Alegre, sertão cearense, agentes de trânsito abordaram o agricultor Zaqueu Guedes e apreenderam sua motocicleta. Além de outras irregularidades, o velho motociclista não usava o importante e necessário capacete.
Com cerca de oitenta anos de idade, o agricultor resistia em se enquadrar às regras básicas de trânsito. Temendo pela segurança, os filhos de Zaqueu se reuniram para recomendar ao querido pai algumas cautelas no tráfego, especialmente o uso do capacete. No encontro, repetiram insistentemente:
- Pai, pelo amor de Deus, use sempre o capacete. Além de proteger o senhor, protege seu bolso. Se não vai ser multa atrás de multa. Tem que usar em todo canto. Pra onde o senhor for nunca tire o capacete.
Dias após, com as multas pagas e a motocicleta liberada, Zaqueu voltou a usar seu meio de transporte. Na moto, se dirigiu imediatamente à agência do banco, para ser informar sobre a abertura de um crédito rural. Dentro da casa bancária, mesmo de capacete foi logo reconhecido e cumprimentado pelo gerente:
- Bom dia, seu Zaqueu. Pode sentar e tirar seu capacete.
- Carece não. Mió ficar com ele. Os guardas tá no meu pé direto. – retrucou o agricultor e poeta popular.
- Aqui dentro do banco o senhor não é multado não. Pode tirar o capacete. - insistiu o educado gerente.
- E aqueles dois ali que não tira os ói de mim? – falou o agricultor, apontando para os atentos vigilantes da agência bancária.
Colaboração Gilberto Correia de Oliveira (Gilberto de Zaqueu)
(imagem Google)
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