Para muitas pessoas o temor do inferno supera o verdadeiro amor a Deus. Nas poucas vezes que ajudam os outros, agem apenas para garantir um lugar no céu e não motivados por espontânea soidariedade ao próximo.
Há séculos nas doutrinas religiosas prepondera a psicologia do medo, onde o diabo exerce o papel de protagonista. Em que pese o misericordioso e compassivo amor de Deus, muitos ensinam que Ele condena os pecadores a tortura num contínuo inferno de fogo.
No entanto, meu avô paterno Raimundo Cavalcante, agricultor e comerciante, possuía entendimento diverso. Na segunda metade do século passado, no sertão nordestino, o destemido Raimundo Silvino costumava dizer:
- Esse negócio de inferno é invenção das muié casadas pra fazer medo os maridos e os meninos.
(imagem Google)
Coitada da "muié" leva a culpa de tudo, do fruto proibido, e agora o inferno...kkkkk Da perdição para a condenação!
ResponderExcluirA "muié" do meu amado vozinho talvez nunca tenha ouvido falar de Dante ou Santo Agostinho e é qse certo que nunca tenha colocado 'as vistas' numa obra de Dalí ou afresco de Michelino. Que saiba, tb não tinha pendor para a teologia. Seu talento e inclinação era para a retidão moral, tendo por base intuição e fé. Com isto e apesar daquilo, tinha idéia e visão muito clara de que o bom proceder no plano terreno é passaporte certo para o Paraíso (a comédia, o final feliz), muito ao largo do calor do fogo (longe do Limbo).
ResponderExcluirNo presente instante, estou certo, meus amados avós estão juntinhos em algum lugar para além da porta de São Pedro. Ela por absoluto mérito. Ele de carona, sem escala no purgatório, por conta das incansáveis orações e do extremado amor que lhe devotava a doce e resignada D. Antonieta.
Nossos apupos ao malfadado preconceito e ovaçoes de gratidão a todas as mulheres!
Roberto
Como sempre é a mulher que leva a culpa, mas é uma pena que hoje em dia isto já não funcione mais, pois quanto maior é o perigo mais o homem se atrai, nem o temor do inferno coloca freio nas famosas "escapadelas".É... o mundo mudou e as crenças também, que fazer né.
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