domingo, 3 de junho de 2012

606 - BAIXIN




Baixinho, gordo e careca serão sempre pontos de referência em meio a multidão. Para mudar essa situação o gordo pode encarar um sofrível e difícil regime. Mas, para os dois outros, as soluções são provisórias e contestáveis, como sapato com salto embutido e peruca. Assim, a melhor alternativa é encarar a realidade com alegria e bom humor.

Em Várzea Alegre, principalmente nos feriados, o Mudo de Zé Peru, folclórico personagem da cidade do sertão cearense, quando se encontra com meu irmão Luiz Fernando, põe a mão à altura do peito, indicando com o gesto a minha pequena estatura, e, forçando a voz, pergunta:

- Tadêêê? Tôtôssin ?

Mas já me adaptei e me conformei com esses comentários. No início da década de 1990, após concurso público, assumi o cargo de Delegado de Polícia no acolhedor Estado Amapá. Investido na autoridade, exercendo importante função, com um revólver na cintura, eu me imaginava bem mais alto. Até que um dia um cidadão entrou na delegacia, bateu no meu ombro e perguntou:

- Ei, Baixin.  Cadê o Delegado?


(imagem Google)

Um comentário:

  1. Muito bom! Também já passei por isso, tipo "ei baixim cadê o professor Francisco" kkkkkkkkk

    ResponderExcluir