segunda-feira, 21 de abril de 2014

853 - MUNDIN DO SAPO E O INTELECTUAL





Na década de 1980, apareceu na pacata Várzea Alegre, centro sul cearense, um cidadão arrotando conhecimento. Com pouca modéstia, apresentava-se com pós-doutorados em universidades estrangeiras.

O agricultor Raimundo Alves de Meneses, conhecido como Mundin do Sapo, desconfiando dos conhecimentos esnobados pelo forasteiro, desafiou:

- Vosmicê que é um hômi sabido, chei de letra, diga sete dia da semana sem dizer os nome.

O falso intelectual coçou a cabeça, pensou por uns segundos e, sem perder a arrogância, disse:

- Não há resposta para esse desafio. É impossível falar de outra forma que não seja domingo, segunda. A não ser que eu fale em inglês, francês, alemão...

O experiente matuto interrompeu:

- Num carece de língua estrangêra, não. Vai no português rastêro mermo. Ternontonte, ontonte, anteonte e onte. Hoje, amaiã e adispois...


Colaboração: Antônio Alves da Costa Neto
(imagem Google)

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