terça-feira, 22 de abril de 2014

854 - O MENINO DO INHARÉ

  


No último feriado, em Várzea Alegre, na companhia de vários familiares, visitei um dos novos pontos turísticos da famosa cidade cearense, a estátua do Cristo Ressuscitado. A imagem foi erguida  na Serra do Gravié, bem próximo à Capela de Maria de Bil, local que há várias décadas recebe intensa peregrinação.

    No dia seguinte à marcante visita, a simpática comerciante Antônia Lisboa de Lima, conhecida como Toinha Bo’água, contou-me que, em meados do século passado, sua primeira comunhão aconteceu naquela pequena Capela da Serra do Gravié, evento organizado por Tiquinha de Mininin Bitu e celebrado pelo Padre Otávio.

Naquela manhã, vários meninos e meninas dos Sítios Sanharol, Inharé, Chico e Serrote receberam a Primeira Eucaristia. Apenas um garoto magro, esquisito e tímido se recusou a participar da cerimônia, mesmo sob a ameaça de um corretivo do seu severo pai. O menino que vivia descalço e nu de cintura pra cima não quis calçar sapatos e vestir a tradicional roupa branca para receber a comunhão.

       Aquele pequeno garoto só foi se desenvolver, controlar a timidez e perder o medo de reuniões públicas após viajar para São Paulo na década de 1960. Na época seria difícil imaginar que o menino encabulado e retraído do antigo Inharé se transformaria no hoje conversador, estiloso e simpático motorista de praça varzealegrense Nicolau de Raimundo Sabino.

(imagem Google)

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