Na década de
1990, minha prima Rosiana de Carvalho Costa, contadora e enfermeira,
morou no lugar mais distante possível da nossa Várzea Alegre. Ela viveu por
alguns anos no Japão, do outro lado do planeta. Basta lembrar que, mesmo de avião, a viagem
do Brasil à Terra do Sol Nascente demora cerca de vinte e quatro horas.
Imagino que
morar tão longe e em um país com cultura tão diferente multiplica ainda
mais a saudade dos familiares, dos amigos e da terra natal.
Todo
varzealegrense que vive fora de sua cidade sofre especialmente nos últimos
dias de agosto, época em que o município cearense recebe inúmeros visitantes e realiza os festejos em homenagem
ao seu padroeiro São Raimundo Nonato.
Em um desses dias de
agosto, com o coração apertado, Rosiana ligou do Japão para Várzea Alegre. No
meio da conversa com sua mãe Rosa Amélia, perguntou:
- Como
tá por ai ? Como tá festa? Tá animada? Tem muita gente?
A experiente
mãe testemunha todos os anos o crescente movimento
de pessoas nos festejos religiosos e no arraial. Mesmo assim,
buscando acalentar o coração da filha, respondeu com uma bem
intencionada mentira:
- Ziana,
você num tá perdendo nada. Esse ano tá fraquin demais. Num tem
quase ninguém...
Colaboração: Terezinha Costa
Cavalcante
(imagem Google)
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