terça-feira, 17 de maio de 2016

924 -NASH GRIER

-->


     Para uma programada viagem, saí de Macapá, na Foz do gigantesco Rio Amazonas, onde os navegadores europeus de meados do milênio passado imaginaram ver o Mar, para a cidade do Rio de Janeiro, localizada na Baia de Guanabara, grande entrada do oceano no continente, que fez os antigos navegadores supor que ingressavam em um grande rio.


      Com minhas duas filhas mais velhas, Alice Maria e Ana Luíza, cruzei o Brasil e visitei a Cidade Maravilhosa para uma programação só delas, assistir ao show do YouTuber e Viner americano Nash Grier.


      Quem tem mais de 20 anos nunca ouviu falar e não conhece esse jovem estrangeiro. Ele não aparece na TV, não é ouvido no rádio e nem lido em Jornais, mas é seguido por mais de 30 milhões de adolescentes em suas redes sociais, o que o torna atualmente o maior influenciador mundial da população juvenil.

      No Rio, mal deu pra caminhar pelos famosos calçadões das praias da Zona Sul e visitar o encantador Museu do Amanhã. Minhas filhas, como centenas de outras, preferiram acampar em frente ao luxuoso hotel onde Nash Grier e seus amigos se hospedaram. Eu aderi ao movimento e ali também montei guarda. Olhando pelas frestas das cortinas observava e avisava a elas sobre eventual aparição de algum dos famosos rapazes.


      Durante o ansiado show, no Circo Voador, ao lado dos exuberantes Arcos da Lapa, fiz fotos com os novos ídolos e acompanhei a histeria das minhas filhas e outras milhares de adolescentes vindas de toda parte do país. Elas choravam, riam ou gritavam ao ver os jovens brincando,dançando ou tocando instrumentos no palco. Cada uma com um moderno telefone, filmando e fotografando todos os lances.

      Testemunhando tudo isso, me dei conta que vivemos uma nova era. Um momento em que jovens escolheram e desenvolveram um poderoso e alternativo canal de comunicação mais forte que as TVs, rádios e jornais juntos. Um tempo em que gravar o espetáculo para publicar nas redes sociais se apresenta mais importante que curtir diretamente o evento.


      Isso é pior ou melhor para a nova geração ? Não sei. Ninguém sabe. O certo é que me diverti, voltei ao meu tempo de menudo e me contaminei com a alegria das minhas filhas e suas amigas. O mundo não se acabou com o gibi nem com outras febres do passado. Não será agora que virei fã e comecei a seguir Nash Grier e sua carismática turma nas redes sociais que o planeta vai chegar ao fim.


     É saudável ficarmos atentos às mudanças, pois, como na história dos grandes navegadores, quase sempre enxergamos apenas o que parece ser.

(Imagem Google)

Um comentário:

  1. É assustador ver como a comunicação nesses novos tempos ocorre, por incrível que pareça, em silêncio. . . Só vos digo uma coisa Flávio temos que nos orientar para essa grande revolução!

    ResponderExcluir