quarta-feira, 20 de julho de 2016

927 - DO RIACHO DO MACHADO AO "VELHO CHICO"

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      Navegar é preciso, navegar pelos rios brasileiros é necessário, fascinante e engrandecedor. Assim, semanas após conhecer as águas amazônicas que banham a ilha do Marajó, aproveitamos as férias pelo nordeste do país para beber um pouco da cultura, história e riqueza do Rio São Francisco.

     Saimos de Várzea Alegre, cidade do cariri cearense banhada pelo temporário Riacho do Machado.  Para chegar a Canindé do São Francisco, próximo à barragem e hidrelétrica de Xingó, nas margens do "Velho Chico", viajamos quase 600km pelos Estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe. No percurso, passamos por vários canteiros da grandiosa obra de transposição das águas do São Francisco para áreas distantes do semiárido nordestino.

     Pelas águas do Rio São Francisco, em um catamarã, participamos de um interessante passeio nominado Rota do Cangaço, seguindo rastros das lendárias histórias de Lampião, Maria Bonita e seu bando. No município de Poço Redondo, desembarcamos e percorremos 600 metros de tortuosa trilha até a conhecida Grota do Angico, local onde, em 28 de julho de 1938, tropas comandas pelo Tenente João Bezerra surpreendeu os cangaceiros, matando Lampião, Maria Bonita e mais 9 seguidores do polêmico “Rei do Cangaço”.

     Em parte do São Francisco, paredões sedimentares, avermelhados, conhecidos como cânions, formam um corredor, lindo cenário em contrastes com as cores azulada ou verde das águas do rio.

      Em Piranhas, cidade alagoana tombada pelo patrimônio histórico nacional, chamada Guardiã do Rio São Francisco, visitamos o museu do sertão e admiramos outros conservados prédios do centro histórico. Naquela simpática cidade, o esforço de subir centenas de degraus para conhecer os mirantes secular e da igreja do Senhor do Bonfim nos trouxe a recompensa de lindas paisagens produzidas especialmente pelo Rio São Francisco.

      Na primeira metade do século passado, favorecido pelo isolamento, Lampião escolheu aquele pedaço do Brasil próximo a divisa de vários Estados para atuação preferencial do seu bando, onde, mesmo assim, foi cercado e morto. Hoje, vencido o isolamento, o São Francisco sobreviveu a vários ataques. Produz a energia que impulsionou o desenvolvimento do nordeste e, torcemos, para que logo distribua  água para molhar as áridas e férteis terras da nossa região.  



(imagem Google)


2 comentários:

  1. Bom Dia!

    É sempre bom passear e conhecer da nossa história.����

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  2. É sempre bom conhecer um pouco da história deste grandioso rio.

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