Participar das
últimas homenagens aos falecidos trata-se de um costume comum a povos de todas
as épocas e de todos os continentes. No entanto, por variados motivos, há pessoas
que preferem não testemunhar esses sensíveis e dolorosos momentos de despedida.
Em Várzea Alegre,
cariri cearense, na década de 1970, faleceu um grande amigo do agricultor José
de Souza Lima (Pé Véi). Passou o
velório, houve a missa de corpo presente e nada do agricultor se movimentar
para acompanhar as cerimônias fúnebres.
No final do dia,
um conhecido passou apressado pela estrada vicinal do aprazível sítio Buenos
Aires, e, vendo o agricultor sentado no chão e preparando um cigarro de fumo,
questionou:
- Pé Véi, hômi.
Tu num vai na rua pro enterro do teu amigo,
não? É daqui pa’pouco...
- Vou não, respondeu,
o indolente lavrador.
- E por que tu num vai? Era tão teu amigo...
Pé Véi continuou sentado, deu uma pitada no
cigarro de fumo, e, com
o ócio criativo digno de Macunaíma*, completou:
-Que é que tem?
Ele também num vai no meu...
*personagem do
romance de Mário de Andrade
(Imagem Google)
Verdade, um não vai no enterro do outro e o outro não vão no enterro do um.
ResponderExcluir😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂... excelente 😂😂😂😂😂😂.... morri !!!!
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