sábado, 3 de dezembro de 2016

955 - O CORTE DE COSTA (Republicado)



Por muitos anos meu querido e saudoso primo José Costa Neto não soube o que era uma barbearia ou um salão de beleza. Nesse período, cortava seus cabelos loiros em casa ou nas feiras livres de Fortaleza, quando acompanhava nossa avó Maria Amélia nas compras. O serviço era rápido e sem luxo. O próprio freguês segurava o espelho enquanto o improvisado barbeiro trabalhava com a tesoura.

Mas naquela manhã de dezembro da década de 1970, Costa estava animado. Seu tio Paulo Danúbio recebera o décimo-terceiro salário do novo emprego de ascensorista e levou o sobrinho adolescente ao Salão Presidente, espaço luxuoso e bem frequentado do centro da capital cearense. Ao chegar ao local, uma bonita moça pediu ao novo freguês:

- Venha aqui. Primeiro vamos lavar o seu cabelo...

Costa seguiu a bela jovem mas, desajeitado, em vez de sentar-se normalmente à cadeira apropriada para o serviço, abaixou a cabeça em frente à torneira usada para molhar o cabelo. Percebendo que o cliente não costumava ir ao salão, a funcionária indicou a posição correta para o rapaz sentar e lavar os cabelos.

À medida que a moça usava aromáticos shampoos e condicionadores e alisava o couro cabeludo de Costa, o tímido e carente rapaz se animava. Ao fim do serviço o freguês apresentava nas calças um volume que não trouxera ao salão. Quando Costa, buscando disfarçar a incontrolável ereção, saiu caminhando em direção à cadeira do cabeleireiro, o tio Paulo Danúbio indagou:

- Meu sobrin por que você tá andando corcunda desse jeito? Você impenou a coluna?


Colaboração: Paulo Danúbio Carvalho Costa
(imagem Google)

Nenhum comentário:

Postar um comentário