sábado, 13 de janeiro de 2018

974 - CAMINHOS DO SERTÃO




         Caminhando pela zona rural de Várzea Alegre, cuidamos da nossa saúde física, realizamos uma profilática higiene mental e melhor conhecemos a nossa querida terra natal. 

         Hoje, o percurso escolhido nos rendeu um gosto especial. Eu, meu irmão Fernando, meu primo Antônio Costa e o amigo Valdin Viana, com início no fim da tarde, caminhamos por cerca de uma légua – seis quilômetros - do sítio Caldeirão à Lagoa das Panelas.

         Na antiga estrada carroçal, refizemos parte do caminho usado durante anos por camboeiros, retirantes e romeiros. Ali nos deparamos com uma cruz fincada à beira da estrada para lembrar a morte de um trabalhador, ocorrida em 1932. 

        No pouco habitado percurso, percebemos, praticamente intocadas, árvores espinhosas e outras comuns à vegetação típica da caatinga. No meio do ermo trajeto cruzamos o leito seco do Riacho do Machado, principal córrego do município cearense. 

         Na parte final da nossa atividade, no escuro da noite, no topo de uma íngreme ladeira, no sítio denominado Taba Lascada(Mulungu), paramos para descansar e beber água na residência do simpático casal Joaquim Nosa e Emília Frutuoso. Após uma rápida conversa, na despedida, da calçada alta, comentamos sobre um alvissareiro relâmpago que se repetia no poente, indicando, para nós, a chegada de uma ansiada chuva no sertão.

         Dona Emilia, nos seus 86 anos de experiência e sabedoria, desanimada por conta dos sucessivos anos de estiagem, com bom humor, retrucou:

         - Esse relampim aí é veaco, num confio nele não...

(imagem Google)

Nenhum comentário:

Postar um comentário