Neste domingo de sol, em tempos de Rio + 20, e ainda com a concorrência do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar, do Jardim Botânico, da Praia de Copacabana e de outros famosos e belos pontos turísticos do Rio de Janeiro, eu, cearense do sertão, no período dos folguedos juninos, preferi
um outro lugar.
Caminhando entre cerca de setecentas barracas, assistindo às apresentações de forró e quadrilhas, visitei o Centro Municipal de Tradições Nordestinas
Luiz Gonzaga, também conhecido como Feira
dos Nordestinos, de São Cristóvão ou, especialmente pelos cariocas, Feira
dos Paraíbas.
Naquele imenso espaço reservado à cultura do povo do nordeste
brasileiro há fortes lembranças a expoentes personagens da região. Além de Luiz
Gonzaga, são homenageados Patativa do Assaré, Jackson do Pandeiro, Padre Cícero
e outros.
Ali também são oferecidas várias comidas típicas do nordeste, como
buchada de bode, arrumadinho e
galinha caipira. No restaurante Estação
Baião de Dois eu pedi o prato
que dá nome ao estabelecimento, que veio acompanhado por carne de sol e paçoca de carne seca,
tudo temperado pela deliciosa manteiga
da terra - ou de garrafa. Embora diferente do divino baião costumeiramente preparado por minha mãe Terezinha eu apreciei
a comida da feira.
No meio do passeio, em um cartaz pregado
em uma das barracas, li uns versos do
paraibano José João dos Santos - mestre Azulão - que resume o espírito do lugar. O
cantador e repentista Azulão,
radicado no Rio de Janeiro há várias décadas, e um dos principais fundadores da Feira de São
Cristóvão, assim escreveu:
“No Brasil de Sul a Norte
Seja em quaisquer região
Aonde tem nordestino
Tem forró e tem São João”
(imagem Google)
E na casa do Lisboa
ResponderExcluirQue mais parece uma zona
É na terra da garoa
Onde o forró é sem sanfona
Chove fora e chove dentro
Molhando minha poltrona.
Flávio: o São João é bom até na terra da garoa.
Bom forró para todos.