domingo, 19 de agosto de 2012

639 - O BALANÇO DA "BUDEGA"




Aos empresários é imposta a obrigação legal de realizar o levantamento do balanço patrimonial ao término de determinado período. 

Em Várzea Alegre, na década de setenta, sempre no período de férias, o meu pai Luiz e o meu avô Raimundo Silvino fechavam a bodega por alguns dias para o cumprimento da regra comercial.  Para que tal levantamento fosse realizado, toda família era mobilizada, inclusive as crianças.

Com muito trabalho e sacrifício, retirava-se toda a mercadoria estocada no pequeno comércio. Prateleiras, gavetas e balcões da velha bodega eram esvaziados. Até os tubos de linhas, grampos de cerca, latas de cera e outros produtos eram contados.

Depois de esvaziada, a velha bodega passava pela única e completa limpeza do ano. Talvez pela falta de asseio ao longo dos outros doze meses, surgiu no Ceará a expressão que se fala depois de alguma horas me jejum:

- Careço comer alguma coisa pra tirar o gosto de chão de budega da boca...


(imagem Google)

Um comentário:

  1. "Mané" Leandro tinha uma pequena bodega, vizinho a nossa casa no Sanharol, que Dakson apelidou de "Bar das Cabaças" devido a decoração da latada de palha de frente da casinha. Um dia, eu havia chegado de São Paulo e vi o destroço de balcão e prateleira pelos terreiros e perguntei: Chico Ontõe, Manel acabou com a bodega? Ai ele ne respondeu com a voz arrastada:
    _Não, acabou-se sem ele querer!

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