Aos
empresários é imposta a obrigação legal de realizar o levantamento do balanço
patrimonial ao término de determinado período.
Em
Várzea Alegre, na década de setenta, sempre no período de férias, o meu pai
Luiz e o meu avô Raimundo Silvino fechavam
a bodega por alguns dias para o cumprimento da regra comercial. Para que tal levantamento fosse realizado,
toda família era mobilizada, inclusive as crianças.
Com
muito trabalho e sacrifício, retirava-se toda a mercadoria estocada no pequeno
comércio. Prateleiras, gavetas e balcões da velha bodega eram esvaziados. Até
os tubos de linhas, grampos de cerca, latas de cera e outros produtos eram
contados.
Depois
de esvaziada, a velha bodega passava pela única e completa limpeza do ano. Talvez
pela falta de asseio ao longo dos outros doze meses, surgiu no Ceará a expressão que se fala depois de alguma horas me jejum:
- Careço
comer alguma coisa pra tirar o gosto de chão de budega da boca...
(imagem Google)
"Mané" Leandro tinha uma pequena bodega, vizinho a nossa casa no Sanharol, que Dakson apelidou de "Bar das Cabaças" devido a decoração da latada de palha de frente da casinha. Um dia, eu havia chegado de São Paulo e vi o destroço de balcão e prateleira pelos terreiros e perguntei: Chico Ontõe, Manel acabou com a bodega? Ai ele ne respondeu com a voz arrastada:
ResponderExcluir_Não, acabou-se sem ele querer!