sexta-feira, 24 de agosto de 2012

641 - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA




No início da década de setenta, Antônio Ulisses prestou o serviço militar obrigatório em Fortaleza. Mesmo não se enquadrando na rigorosa disciplina do Exército, encantou-se pela vida da caserna, tanto que sempre contava as histórias e aventuras vividas naquele rico e especial período.

 Após dar baixa no quartel, Antônio Ulisses voltou para a sua cidade natal, Várzea Alegre, onde foi contratado para ministrar aulas de Educação Física aos alunos da Escola Figueiredo Correia. Era a oportunidade que faltava para o varzealegrense demonstrar a rígida preparação e os fartos conhecimentos atléticos adquiridos no período de soldado.

As aulas de educação física aconteciam apenas uma vez por mês, em uma segunda-feira. Certa vez, logo no início do ano letivo, como a atividade começava bem cedo, o descansado professor pediu a um dos seus alunos e vizinho:

- João, no domingo é arriscado eu tomar umas no Bar de Nego de Aninha. Na segunda vá lá em casa pra me acordar...

Bem cedo, antes do sol nascer, o esforçado aluno bateu na velha porta de madeira e gritou:

- Professor Antônio Ulisses, tá na hora da aula. Professor, tá na hora...

Deitado em sua rede, cochilando, o tranquilo e descansado mestre pediu:

- João, junte os alunos e depois venha me chamar.

Decorridos cerca de vinte minutos, o pequeno aluno voltou à casa do professor e avisou:

- Seu Antônio Ulisses, já juntei os aluno tudo. Tão lá  de frente do Figueredo...

Sem nenhuma disposição para as atividades físicas, de sua rede o pouco atlético e sonolento mestre disse:

- Agora volte lá e diga a eles que hoje num tem aula.


(imagem Google)

4 comentários:

  1. Ahahahahah! Haja paciência...Muito boa essa.

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  2. Essa é bem própria do saudoso Antônio Wlisse. Conheço muitas histórias dele contada por Rosa Amélia e no seu livro, Flávio. Aliás, HUMOR é próprio da FAMÍLIA! e sabe de onde vem? Da sua Bisa. A então engraçada (termo usado) Maria de Pedro Costa.
    Minha mãe, certa vez me narrou uma conversa dela com sua irmã: Vicência de Enéas. Quando o mesmo (Enéas) faleceu, a viúva se reclamando dizia: "Como vou passar sem Enéas!"... e ela (Maria) "deixa de besteira minha irmã, o Cemitério de Várzea Alegre está cheio de marido meu e estou vivendo".
    Foi uma risada total.
    Desculpa Flávio por entrar nesse comentário. É que eu admiro e acho divertido o humos dos "COSTA"... Paulo Danúbio é um barato.
    Fideralina.

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    1. Eu adorei o comentário e a história....rsrsrs
      Grande abraço.

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