domingo, 26 de agosto de 2012

642 - OS VOTOS DE "VÊRA"




Atualmente as campanhas oficiais buscam difundir os princípios da cidadania e conscientizar os eleitores sobre os malefícios da compra e venda de votos.

Mas no final do século passado, no sítio Varas, zona rural de Várzea Alegre, o agricultor Joaquim Oliveira Brito, Vêra, recebeu em sua casa a visita de uma comitiva de políticos. Provando um saboroso café, sentado na calçada, após uma conversa inicial, o candidato entrou no assunto que interessava:

- Mas me diga, Vêraquantos votos tem mesmo aqui na sua casa?

O símpatico agricultor, olhando para cima, preparou os dedos para a contagem de toda sua família. Para impressionar o político e conseguir uma melhor oferta pelos votos, usou várias referências e apelidos para cada eleitor, repetindo, assim, várias vezes, o mesmo membro da sua numerosa família:

- Seu Dotô, aqui em casa é uma ruma* de voto. Num cabe nem nos dedo dos pés e das mão. Tem Zenilde, tem minha muié. Tem Francisco meu fii, tem Chico de Pista, tem o marido de Marlúcia. Tem Antôe meu, tem Galego, tem o genro de Cacaria...


* ruma é uma palavra usada para dar ênfase na grande quantidade de uma determinada coisa.
(imagem Google) 

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