sábado, 11 de maio de 2013

754 - TROPEIRO





Por várias décadas do século passado, Francisco Tavares Borges, conhecido como Bogin, conduziu animais de carga pelas rudimentares estradas do Ceará, Piauí e Maranhão. 


O tropeiro também negociava burros, jumentos e cavalos. Certo dia, foi procurado em sua casa, no município cearense de Várzea Alegre, pelo exigente agricultor Doca Nunes, que desejava comprar um animal:


- Tem um burro pra mim vender? Pago à vista.


Negociante nato, o experiente Bogin indicou um velho animal que pastava em um quintal próximo. O comprador se interessou e perguntou:


- Esse burro tem defeito?


- Só na sua vista. - Respondeu Borgin.


Doca Nunes pagou o preço pedido e a compra se efetivou. Mas, dias depois, o agricultor voltou à casa do tropeiro e reclamou:


- Bogin, você mim vendeu um burro cego. Vim desmanchar o negócio...


- Eu avisei o defeito na vista dele.- Lembrou Bogin.


Doca Nunes coçou a cabeça e musmurou:


- Vixe, e num era na nossa vista, não? Pensei que era só porque o burro é fêi que dói…


Colaboração: Igor Borges
(Imagem Google)

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