Em 1993, meu querido primo Hudson Batista Rolim recebeu um
irrecusável convite para passar a noite de Natal na casa da nova
namorada, no Bairro Cidade dos Funcionários, em Fortaleza. Cedo da
noite, o apaixonado estudante vestiu a melhor roupa e apanhou o ônibus
para cear na casa dos sogros.
Depois de cruzar toda cidade, Hudson se impressionou ao chegar à bela e
enfeitada casa da namorada. Semana antes, após um animado forró, na
madrugada que a deixara ali em frente, não observara quão bonita era a
casa da sua amada.
Naquela noite natalina esperava conhecer muito mais da sua futura
família. No portão, Hudson foi recebido friamente pelo dono da
residência, seu futuro sogro. Mesmo assim foi conduzido a uma mesa, onde,
sozinho, recebeu completa atenção dos bem vestidos garçons. Não sabia
que a família de sua namorada vivia em tão boas condições. Consumindo
uísque 12 anos e provando saborosos petiscos, o filho de varzealegrenses
pensou: “dessa vez eu amarrei o meu burrin na sombra”.
Mas já se aproximava da meia-noite e nada da namorada aparecer na
festa. Até que finalmente ela ingressou pelo portão da garagem e passou a
cumprimentar e desejar feliz natal a todos. Ao ver o namorado, a jovem
se surpreendeu e falou:
- Credo, tu tá é aqui Hudson? E eu esperando você lá em casa. Num sabia que tu conhecia doutor João, nosso vizinho.
Assim, os namorados se despediram, atravessaram a rua e entraram na
modesta casa, onde um casal de velhos cochilava na poltrona assistindo
na TV ao especial de Roberto Carlos. Dali, o resto da noite, tomando
coca-cola e comendo pedaços de um duro e frio peru, Hudson, tentando
esconder a decepção, observou pela janela o movimento e as luzes do
animado castelo em frente que por poucas horas foi seu.
Colaboração: Hudson Batista Rolim
(imagem Google)
Não sei não Flávio, mas diz pro Hudson, não ficar triste não! Q tem muita "negrada" por aí q quer se dá bem, igualzinho a ele. Ainda mais, se a do vizinho dá namorada for só um "pitel". Aí, ferou-se!!Joel Souza.
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