segunda-feira, 8 de março de 2010

130 - O ROLAMENTO DO CAMINHÃO







        No final da safra, Antônio Ulisses providenciava o transporte dos produtos agrícolas que comprava para a vizinha cidade de Iguatu, onde os revendia ao usineiro Inácio Parente.

       Em uma dessas viagens, contratou o caminhão de propriedade de Chico Firino, e juntos seguiram rumo à cidade banhada pelo Rio Jaguaribe. No meio do caminho, o motorista e proprietário do caminhão começou a escutar um barulho estranho. Estacionou o caminhão, bateu nas rodas, e verificou outras partes do veículo. Não acreditava, Chico Firino, que fosse, como parecia, o ronco dos rolamentos, pois havia trocado tais peças recentemente.

        No prosseguimento da viagem, já no interior da cabina do caminhão, voltou a escutar o estranho ruído. Preocupado, o motorista comentou com Antônio Ulisses acerca do defeito, pois estava bastante incomodado com aquele permanente barulho.

        Já nas proximidades de Iguatu, quando temia uma roda saltar antes de chegar ao destino, Chico Firino percebeu que o ruído não vinha do seu velho mas conservado caminhão. Para tranqüilidade do camioneiro, pois já havia decidido levar o carro à oficina, a barulheira ouvida era provocada pelo conhecido costume de ranger dos dentes de Antônio Ulisses.



*Extraído do livro “Conte essa, Conte Aquela – Histórias de Antônio Ulisses.

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