sábado, 27 de julho de 2013

776 - A BICICLETA DE RAIMUNDO SILVINO





Nos últimos dias experimentei mais uma atividade prazerosa em Várzea Alegre: Pedalar pelos bucólicos caminhos do sertão na companhia de divertidos amigos. Em pouco mais de uma semana, além de circular pelas vias da cidade cearense, fomos ao vizinho distrito de Mangabeira, ao açude São Vicente, ao distrito de São Caetano e à localidade do Caldeirão.

E essa mania pelo pedal nos revelou que na década de 1950 havia poucas bicicletas em Várzea Alegre. Chico Primo possuía uma Sueca marca Husqvarna. Raimundo Teixeira  e Veimar de Fransquin Bezerra também circulavam em outras bikes importadas.

Naquela época meu avô paterno Raimundo Cavalcante comprou uma Norman inglesa em Campina Grande e seus filhos passaram a disputar acirradamente o uso da bicicleta. 

Certo sábado, cedo da noite, a bicicleta desapareceu. Todo mundo da casa situada na Rua São Raimundo queria usar o concorrido biciclo. Mas somente no fim da noite chegou Antônio Cavalcante Cassundé, conhecido como Pista, todo arrumado e  montado no veículo. Seu irmão José Cavalcante Cassundé, popularmente conhecido por Zé do Norte, da porta da casa, perguntou:

- Onde tu tava Antõe, meu irmão? 

 - Fui ver o terço da Formiga* – respondeu o simpático ciclista.

O jovem Zé do Norte comentou com claro ar de reclamação:

- É danado! Antõe foi charlar ** na bicicleta e ainda calçou o meu sapato novo…


* O terço, momento de oração da localidade conhecida como Formiga, reunia vários jovens da cidade de Várzea Alegre.

** Segundo o dicionário Informal charlar é um termo que se utiliza no sentido de "aventura", "coisa boa", "algo que lhe faz bem", "despreocupação".

Colaboração: Antônio Cavalcante Cassundé, Francisco Cavalcante Cassundé e Luiz Cavalcante

(imagem Google)


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