Com o tempo, alguns estabelecimentos se confundem com a imagem
do dono. Em Várzea Alegre, sertão
cearense, ao convidar alguém para beber
na tradicional Casa Zé Augusto,
falávamos:
- Bora tomá uma em Alberto...
Alberto era o bar. O bar era Alberto. Ele fazia o lugar
acontecer com seu jeito irreverente, suas histórias engraçadas e seu
incomparável carisma. Durante décadas, o estabelecimento, que abria e fechava
ao som da oração de São Francisco de Assis, na bela voz de Fagner, foi frequentado
por várias gerações.
Alberto lidava de uma maneira criativa e excêntrica com as
situações mais simples e comuns. Certa noite, tomávamos cerveja no bar
quando precisei ir ao banheiro. Como sabia que o mictório era mantido fechado para
evitar abusos, passei pelo balcão e pedi a chave. O dono do bar mandou o
garçom me entregar cerca de um metro de um tubo em pvc com uma pequena chave amarrada em uma das extremidades. Supresso,
perguntei:
- Alberto, diabéisso?
O experiente comerciante, sentado em sua cadeira, antes de
dar um largo sorriso, explicou:
- Depois que mandei fazer esse chaveiro num perderam mais a chave do banheiro...
Há alguns dias, Alberto nos largou sem bar. O bar ficou sem
Alberto. Ele foi contar suas divertidas histórias em outro plano. Mas nos
deixou para sempre embriagados com suas inesquecíveis doses de simpatia e bom
humor.
(imagem
Google)
Simplismente :(
ResponderExcluirJorge Amado dizia que quando um grande homem morre surge uma nova estrela no céu. Com certeza se olhássemos para o céu de várzea alegre no dia 27 de outubro uma das estrelas mais brilhantes seria alberto olhando e "mangando" de nós aqui de baixo.
ResponderExcluirPaulo Cesar