quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

830 - O FEIJÃO CORRE PARA O MACHADO




A chuva que molha o sertão não faz brotar apenas as sementes cuidadosamente plantadas nas roças dos agricultores. Ela também germina a esperança depositada no coração do sertanejo. Por vários meses, o nordestino aguarda e roga aos céus pela chegada da estação chuvosa, mas nem sempre ela vem com a intensidade desejada.

Felizmente, nesses últimos dias, contrariando as pessimistas previsões dos órgãos oficiais, no centro-sul cearense vem caindo fortes chuvas, enchendo os leitos secos dos rios e riachos, recuperando o volume de água dos açudes, matando a sede e a fome dos animais, e, principalmente, reforçando a confiança de uma boa colheita e fartura, bem diferente dos anos anteriores.
   
Contam que em meados do século passado, em um período chuvoso, da calçada da sua casa grande, no Sanharol, comunidade próxima à sede do município cearense de Várzea Alegre, João Alves de Meneses, conhecido por João do Sapo, observava uma forte enchente que descia pelo leito do Riacho do Feijão. Naquele ano, o pequeno córrego transbordara, inundando completamente os baixios, molhando e fertilizando as terras do agricultor e pecuarista.

Com a calçada da casa repleta de familiares e agregados, referindo-se à força do afluente sobre o riacho principal, João do Sapo fez um simples, emocionado e alegre comentário que também serviria para retratar o que acontece esta semana:

- Hoje o Riacho do Feijão tá dando uma mãozinha ao Riacho do Machado...


(imagem Google)

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