O
corretor de algodão Antônio Ulisses, símpático e conversador, sempre manteve um relacionamento cordial e
fraterno com as pessoas de Várzea Alegre, cidade cearense onde nasceu e viveu quase
toda a sua vida.
No
entanto, em meados de 2001, quando sofreu um acidente vascular cerebral(AVC), o corretor de
algodão passou por um curto período de perturbação mental, momento em que apresentou algumas mudanças no
seu comportamento. Após receber alta e deixar a internação hospitalar, na sua
convalescença, no sitio Santa Rosa, recebia com antipatia e frieza os inúmeros
amigos que o visitavam.
Certa
tarde, Maria Lili dos Santos, conhecida como Mana Querida foi ao sítio Santa Rosa visitar o amigo Antônio Ulisses
e o encontrou sentado em uma cadeira de balanço no agradável alpendre da sua casa. Agoniada, sem freio na língua, a desacanhada visitante
falou:
-
Antôi, tu tá mió? Tão dizeno que tu tá rim da cabeça...
Ainda
perturbado por conta das sequelas do AVC, o dono
da casa deu pouca atenção à visitante e, mesmo apresentando certa dificuldade na fala,
com a boca torta e salivante, respondeu rudemente:
-
Não tenho doença nenhuma...
Desgostosa
com a pouca atenção dispensada e com a surpreendente grosseria do velho amigo, Mana Querida deixou a casa. Ainda descia os degraus da calçada, quando, falando em voz alta, para que
todos ouvissem, inclusive o convalescente Antônio Ulisses, reclamou:
-
Vaila! Um hômi babano feito o
cachorro da moléstia e ainda diz que num
tá doente...
(imagem Google)
Colaboração:
Terezinha Costa Cavalcante
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