sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

833 - A VISITA DE MANA QUERIDA A ANTÔNIO ULISSES





O corretor de algodão Antônio Ulisses, símpático e conversador, sempre manteve um relacionamento cordial e fraterno com as pessoas de Várzea Alegre, cidade cearense onde nasceu e viveu quase toda a sua vida.

No entanto, em meados de 2001, quando sofreu um acidente vascular cerebral(AVC), o corretor de algodão passou por um curto período de perturbação mental, momento em que apresentou algumas mudanças no seu comportamento. Após receber alta e deixar a internação hospitalar, na sua convalescença, no sitio Santa Rosa, recebia com antipatia e frieza os inúmeros amigos que o visitavam.

Certa tarde, Maria Lili dos Santos, conhecida como Mana Querida foi ao sítio Santa Rosa visitar o amigo Antônio Ulisses e o encontrou sentado em uma cadeira de balanço no agradável alpendre da sua casa.  Agoniada, sem freio na língua, a desacanhada visitante falou:

- Antôi, tu tá mió? Tão dizeno que tu rim da cabeça...

Ainda perturbado por conta das sequelas do AVC, o dono da casa deu pouca atenção à visitante e, mesmo apresentando certa dificuldade na fala, com a boca torta e salivante, respondeu rudemente:

- Não tenho doença nenhuma...

Desgostosa com a pouca atenção dispensada e com a surpreendente grosseria do velho amigo, Mana Querida deixou a casa. Ainda descia os degraus da calçada, quando, falando em voz alta, para que todos ouvissem, inclusive o convalescente Antônio Ulisses, reclamou:

- Vaila! Um hômi babano feito o cachorro da moléstia e ainda diz que num doente...


(imagem Google)
Colaboração: Terezinha Costa Cavalcante

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